Moedas

Fim de uma era: Quanto os Estados Unidos vão economizar com a ‘morte’ do centavo de dólar, o penny?

14 nov 2025, 9:39 - atualizado em 14 nov 2025, 9:15
penny centavo de dólar moeda donald trump estados unidos economia
O presidente Donald Trump decretou o fim da fabricação das moedas de um centavo e as últimas unidades foram cunhadas nesta semana. (Imagem: iStock/swisshippo/Wikimedia Commons - Montagem: Giovanna Figueredo)

O clássico centavo de dólar, conhecido como penny, já estava “adoecendo” desde fevereiro deste ano, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o término da fabricação da moeda. Agora, chegou o momento do adeus definitivo, após 232 anos.

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Os últimos suspiros ocorreram na quarta-feira (12), logo após o Tesouro dos Estados Unidos produzir as últimas unidades da moeda.

Embora não sirva mais nem para comprar uma bala, o centavo de dólar carrega histórias e superstições enraizadas na cultura popular americana.

Um exemplo é o ditado “find a penny, pick it up, and all day you’ll have good luck”. Traduzindo para o português, significa que encontrar essa moeda atrai boa sorte durante o dia.

Mas há condições: o penny precisa estar com a imagem de Abraham Lincoln — 16º presidente dos EUA e rosto da moeda desde 1909 — para cima. Se estiver com o verso voltado, isso indica azar, e o ideal é deixar a moeda no chão.

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Outra tradição popular é colocar o centavo de dólar no sapato da noiva no dia do casamento. De acordo com a crença, isso assegura prosperidade para o casal.

O centavo quase se tornou um personagem do cotidiano americano. Ele aparece em potes nos caixas dos supermercados, em campanhas para arrecadação, como porta-copos em carros e cofrinhos domésticos. Contudo, sua utilidade parece viver apenas disso.

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Produção cara e perda de utilidade encerram a era do centavo

O centavo de dólar foi criado em 1793 pelo primeiro secretário do Tesouro, Alexander Hamilton, e teve relevância por diversos séculos da história americana, mas com o tempo sua função diminuiu.

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As principais razões para o fim da fabricação do penny são seu alto custo de produção e sua pouca importância no cotidiano. Afinal, é quase impossível comprar algo que custe apenas um centavo. Além disso, para produzir cada moeda, os EUA gastam quase quatro centavos, o quádruplo do valor real.

As moedas de um centavo são as mais numerosas lançadas pela Casa da Moeda americana, que informou ter produzido 3,2 bilhões delas em 2024. Isso representa mais da metade de todas as moedas novas criadas no ano.

Com a “aposentadoria” do penny, o governo dos Estados Unidos espera economizar cerca de US$ 56 milhões por ano — aproximadamente R$ 296 milhões na cotação atual.

Obama já cogitava o fim do centavo

O fim do centavo foi um processo gradual. Diversas autoridades sugeriram eliminar o penny ao longo das últimas décadas.

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Em 2001 e 2006, o então congressista Jim Kolbe propôs duas iniciativas para tornar a moeda obsoleta, mas nenhuma avançou. O tema também ganhou destaque no governo do ex-presidente Barack Obama, que apoiava a descontinuação da moeda.

Entretanto, o debate se estendeu, e em 2025, Donald Trump decidiu encerrar definitivamente a produção do penny. O presidente assinou o decreto em 9 de fevereiro e publicou nas redes sociais ressaltando o corte de despesas do governo:

“Vamos acabar com o desperdício do orçamento da nossa grande nação, mesmo que seja um centavo de cada vez,” escreveu no início do ano.

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Penny continuará circulando

Apesar de a produção ter sido interrompida, as moedas de um centavo devem seguir em circulação na economia. Somadas, elas ainda representam um grande valor.

Estima-se que existam 250 bilhões de centavos em circulação, totalizando US$ 2,5 bilhões.

Com o tempo, a tendência é que elas se tornem mais escassas, mas continuarão sendo aceitas como forma de pagamento.

Além disso, as últimas cinco moedas fabricadas nesta semana não entrarão em circulação.

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Elas trazem uma marca especial e o Tesouro planeja leiloá-las futuramente para colecionadores. Especialistas em numismática avaliam que essas últimas moedas podem ser vendidas por milhares — até milhões — de dólares.

Apesar do fim de uma era, a extinção do centavo não é inédita no mundo. Muitos países já adotaram essa medida, como Brasil, Canadá, Austrália e Argentina.

Agora, os EUA voltam os olhos para a moeda de cinco centavos, o nickel, cuja fabricação custa 14 centavos. Será que ela seguirá o mesmo destino do penny?

Com informações de Folha de S.Paulo, NBC News e Philadelphia Magazine.

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Formada em Jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP), já trabalhou com marketing e redes sociais em uma consultoria financeira e é redatora dos portais Seu Dinheiro e Money Times.
giovanna.figueredo@empiricus.com.br
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