Fim do EAD: Veja como os fundos imobiliários lucrarão com a nova política

A Nova Política de Educação a Distância (EAD), anunciada nesta semana pelo Ministério da Educação (MEC), deve provocar efeitos relevantes não só no mercado educacional, mas também em outros setores. Entre os impactados estão, por exemplo, os fundos imobiliários (FIIs) que investem em imóveis voltados à educação.
Ao limitar o uso do ensino online para cursos com forte componente prático – como Medicina, Direito e Odontologia – o governo reforça a necessidade de espaços físicos para a realização das atividades presenciais, valorizando ativos educacionais e beneficiando fundos como o Rio Bravo Renda Varejo (RBVA11).
Alexandre Rodrigues, gestor do FII e sócio da Rio Bravo, explica que o temor de que o avanço do ensino remoto pudesse tornar os imóveis voltados à educação obsoletos sempre foi uma preocupação entre gestores e investidores. Agora, com a nova regulamentação, esse risco parece ter diminuído.
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Fundos imobiliários lucrarão com o fim do EAD
No caso do RBVA11, a maior parte dos ativos educacionais está locada para instituições que oferecem cursos da área da saúde — justamente os mais impactados pela nova política.
“Já em 2019, antes mesmo da pandemia, destacávamos a resiliência desses imóveis devido à baixa vulnerabilidade ao ensino à distância”, explica Alexandre.
Com as novas regras, a expectativa é de que aumente a demanda por estruturas físicas adaptadas, como laboratórios, clínicas e ambientes técnicos, elevando o valor desses ativos e favorecendo fundos imobiliários expostos ao setor.
“Determinadas atividades não podem prescindir da vivência presencial, tanto pela necessidade de infraestrutura quanto pela própria dinâmica pedagógica”, afirma o gestor.
Segundo ele, a nova diretriz “só reforça a tese de que determinados modelos de ensino exigem espaços físicos preparados, o que valoriza os imóveis e a operação como um todo”.
Mudança de rota
Nos últimos anos, o RBVA11 tem ajustado seu portfólio. Recentemente, o fundo anunciou a venda de um imóvel alugado para a Caixa Econômica Federal por R$ 9,4 milhões.
Com essa operação, o FII reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 28% do patrimônio.
Além disso, a Caixa deixou de ser a principal locatária, posição agora ocupada pela Cogna (COGN3), maior grupo privado de educação do país.
É a primeira vez que uma empresa fora do setor bancário lidera a receita contratada do portfólio — uma mudança relevante no perfil de concentração da carteira.
