Fitch eleva ratings da Vale (VALE3) destacando diversificação e gestão de riscos
A Vale (VALE3) anunciou que a agência Fitch revisou para cima seus Ratings de Inadimplência do Emissor (IDRs) de longo prazo, tanto em moeda estrangeira quanto local, além do rating de suas emissões internacionais sem garantias, passando de ‘BBB’ para ‘BBB+’.
Segundo o fato relevante, também houve elevação nas classificações da dívida sênior sem garantia da Vale Overseas Limited para ‘BBB+’. O Rating Nacional de Longo Prazo da Vale e de suas debêntures locais permanece em ‘AAA(bra)’, com perspectiva estável para os ratings corporativos.
A Fitch destacou que a revisão positiva reflete melhorias no mix de produtos, com maior diversificação e valor agregado, aumento da flexibilidade operacional e escala, além da mitigação de riscos ambientais que reduziram incertezas envolvendo litígios.
“Como resultado, o perfil de crédito da Vale se fortaleceu dentro da categoria de rating e em comparação com seus pares”, afirma o comunicado.
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A agência ressaltou o robusto perfil de negócios da mineradora, que é a maior produtora mundial de pelotas de minério de ferro e uma das três maiores produtoras globais de minério transoceânico. As operações no Pará representam 11% do mercado transoceânico, e cerca de 90% do EBITDA da empresa provêm do minério de ferro. A Vale também tem participação relevante no níquel (1% do EBITDA) e no cobre (10% do EBITDA).
Outro ponto destacado é a estratégia de “valor flexível em detrimento do volume”. A empresa tem privilegiado produtos de alto teor, equilibrando rentabilidade e geração de fluxo de caixa livre (FCF), com menor impacto de variações de preços.
O custo de produção da mineradora está entre os menores do setor, projetando redução para US$ 18–19,5 por tonelada até 2030, impulsionada por eficiência, automação e otimização do mix de produtos.
O balanço sólido da Vale também sustenta a classificação, com dívida líquida projetada em US$ 12 bilhões e alavancagem líquida em torno de 0,9 vez entre 2025 e 2027. Apesar do cenário desafiador de preços do minério de ferro — estimados em US$ 85 a tonelada em 2026 e US$ 70 em 2028 —, o EBITDA da empresa deve se manter robusto, acima de US$ 13 bilhões, e os investimentos médios previstos são de US$ 5,7 bilhões.
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A Fitch ainda apontou o compromisso da Vale com crescimento controlado, mitigação de riscos ambientais e cumprimento de compromissos de reparação em Brumadinho e Samarco. A empresa avançou na descaracterização de barragens a montante, reduzindo significativamente riscos de emergência.
Por fim, a agência afirma que o Teto-País do Brasil não limita o rating da Vale, graças à diversificação internacional e à sólida geração de caixa no exterior, mantendo a classificação de ‘BBB+’ com perspectiva estável.