Fitch rebaixa nota de crédito nacional do GPA (PCAR3), de olho na pressão financeira; veja detalhes
A agência classificadora de riscos Fitch rebaixou a nota de crédito (rating) do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) de ‘AA(bra)’ para ‘A(bra)’, com a perspectiva passando para negativa, mostra relatório divulgado na segunda-feira (17).
De acordo com os analistas da Fitch, o rebaixamento da nota e a observação negativa refletem os maiores riscos de refinanciamento a curto prazo e a perspectiva de que a alavancagem financeira e queima de caixa se manterão elevadas a médio prazo, na ausência de venda relevante de ativos e/ou injeção de capital que reduzam significativamente o endividamento.
“A observação negativa poderá ser removida caso a empresa fortaleça seu perfil de liquidez por meio do refinanciamento de cerca de R$ 2 bilhões em dívidas vencendo até julho de 2026. Por outro lado, o rating poderá ser rebaixado em diversos graus caso isto não ocorra nos próximos três a cinco meses”, afirmam os analistas.
A atual classificação ‘A(bra)’ reflete o bom posicionamento do Pão de Açúcar no varejo alimentar brasileiro, sua escala e seu modelo multiformato e multicanal, diz a Fitch.
Resultados do GPA
No início deste mês, o GPA reportou lucro líquido consolidado de R$ 137 milhões referente ao terceiro trimestre de 2025, revertendo um prejuízo de R$ 310 milhões de um ano antes, segundo relatório de resultados.
A empresa teve resultado operacional, medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, de R$ 412 milhões no terceiro trimestre, alta de 3,4% ano a ano, mas abaixo da estimativa do mercado de R$ 439 milhões. A margem Ebitda teve uma leve expansão de 0,2 ponto percentual, para 9%.
As vendas totais do grupo, que ainda incluem a bandeira Extra, somaram quase R$ 4,9 bilhões nos três meses terminados em setembro, crescimento de 2,2% no comparativo anual.