Economia

FMI eleva projeção do PIB do Brasil em 2026, em linha com crescimento global, e faz alerta sobre tarifas

29 jul 2025, 11:15 - atualizado em 29 jul 2025, 11:24
FMI EUA Brasil
FMI elevou previsão para crescimento global para 3% em 2025 e para 3,1% em 2026. (Imagem: REUTERS/Yuri Gripas/File Photo)

O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou ligeiramente sua projeção de crescimento do Brasil em 2026, mas segue vendo desaceleração da economia à frente, de acordo com novas projeções divulgadas nesta terça-feira (29).

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O FMI passou a ver crescimento de 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2026, de acordo com seu relatório Perspectiva Econômica Global — aumento de 0,1 ponto percentual (p.p.) em relação ao relatório de abril.

Apesar da alta, a leitura ainda mostra leve desaceleração ante a expansão de 2,3% estimada para este ano. A estimativa do FMI para 2025 já havia sido elevada de 2,0% no relatório de abril para 2,3% em junho.

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O Fundo explicou que suas projeções nesse relatório são baseadas nas políticas comerciais atualmente em vigor — ou seja, as perspectivas não levam em conta efeitos potenciais da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos (EUA) sobre produtos brasileiros.

As projeções do FMI são um pouco mais pessimistas do que a estimativa do governo brasileiro. Neste mês, o Ministério da Fazenda elevou sua projeção para o PIB para 2,5% em 2025, contra previsão de 2,4% feita em maio. Para 2026, a estimativa passou de 2,5% para 2,4%.

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A conta do FMI para o crescimento da América Latina e Caribe em 2025 foi elevada em 0,2 p.p., para 2,2%, enquanto para 2026 permaneceu em 2,4%. Para o grupo Economias de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, das quais o Brasil faz parte, as projeções subiram em 0,4 e 0,1 p.p., para 4,1% em 2025 e 4,0% em 2026, respectivamente.

FMI também revisa crescimento global para cima

O FMI também elevou ligeiramente sua previsão de crescimento global para 2025 e 2026 devido às compras mais fortes do que o esperado antes do aumento das tarifas dos EUA e da queda da taxa tarifária efetiva do país de 24,4% para 17,3%.

No entanto, o Fundo advertiu que a economia global enfrenta riscos importantes e contínuos, incluindo um possível rebote das tarifas, tensões geopolíticas e déficits fiscais maiores que podem elevar as taxas de juros e restringir as condições financeiras globais.

O FMI elevou sua previsão global para 2025 em 0,2 p.p., para 3,0%, e para 2026 houve alta de 0,1 ponto, para 3,1%. A estimativa fica abaixo do crescimento de 3,3% que havia projetado para ambos os anos em janeiro e da média histórica pré-pandemia de 3,7%.

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O Fundo disse que a inflação global deverá cair para 4,2% este ano e 3,6% em 2026, mas observou que o aumento dos preços provavelmente permanecerá acima da meta nos EUA, uma vez que as tarifas serão repassadas aos consumidores no segundo semestre.

A taxa tarifária efetiva dos EUA — medida pela receita dos impostos de importação como proporção das importações de mercadorias — caiu desde abril, mas continua muito acima do nível estimado de 2,5% no início de janeiro. A taxa tarifária correspondente para o resto do mundo é de 3,5%, informou o FMI.

EUA, zona do euro e China

O crescimento dos EUA foi estimado em 1,9% em 2025, um aumento de 0,1 p.p., chegando a 2% em 2026. Uma nova lei de corte de impostos e gastos deverá aumentar o déficit fiscal do país em 1,5 p.p., com as receitas tarifárias compensando isso em cerca de metade, disse o FMI.

O Fundo ainda elevou sua previsão para a zona do euro em 2025 em 0,2 p.p., para 1,0%, e deixou a previsão para 2026 inalterada em 1,2%. A revisão para cima refletiu um aumento historicamente grande nas exportações farmacêuticas irlandesas para os EUA.

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As perspectivas da China receberam um aumento maior, de 0,8 p.p., refletindo uma atividade mais forte do que o esperado no primeiro semestre do ano e a redução significativa das tarifas. O FMI aumentou sua previsão para o crescimento chinês em 2026 em 0,2 ponto, para 4,2%.

*Com informações da Reuters

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