Formação de governo italiano segue incerta antes de final de semana crucial
Os maiores partidos da Itália estão estudando se apoiam os esforços de Mario Draghi para formar um governo antes de reuniões cruciais com o primeiro-ministro designado no sábado, já que vetos mútuos ainda impedem que ele tenha uma maioria no Parlamento.
Na quarta-feira, o chefe de Estado, Sergio Mattarella, pediu ao ex-chefe do Banco Central Europeu para tentar montar um governo, uma vez que o anterior, liderado por Giuseppe Conte, foi inviabilizado pelo colapso da coalizão governante.
Muito da atenção se concentra no anti-establishment Movimento 5-Estrelas, o maior grupo parlamentar, que ainda não decidiu o que fazer. Sem seu apoio, será extremamente difícil para Draghi organizar uma coalizão.
Beppe Grillo, que fundou o 5-Estrelas em 2009, conduzirá a reunião de sábado, preparando um encontro intrigante entre o ex-comediante e Draghi, a personificação do projeto do euro que o 5-Estrelas costumava execrar.
Os mercados financeiros italianos se animaram com a expectativa de que Draghi triunfará. Nesta sexta-feira, o rendimento dos títulos italianos de 10 anos rumava para sua maior queda semanal desde julho, e a diferença em relação ao rendimento do título alemão se aproximava da mais baixa em cinco anos.
Os investidores esperam que o homem ao qual se atribui ter salvo o euro durante a crise de dívida soberana de 2012 consiga impulsionar reformas para fortalecer o crescimento em um país cujo desempenho está aquém de seus pares europeus há tempos, o que prejudica toda a zona do euro.
O partido de direita Liga, o segundo maior do Parlamento, diz que não endossará nenhum governo apoiado pelo 5-Estrelas, e o Partido Democrático de centro-esquerda se recusa a integrar uma maioria com a Liga.