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Fornecedora para Apple Watch negocia investimento em telas OLED

16 jul 2020, 8:52 - atualizado em 16 jul 2020, 8:52
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O lançamento do primeiro iPhone OLED da Apple em 2017 foi visto como o começo do fim do longo reinado das telas de cristal líquido (LCD, na sigla em inglês) (Imagem: Unsplash/@bormot)

A Japan Display Inc (JDI), fornecedora de telas para a Apple, (AAPL) diz que está em negociações com clientes sobre possíveis investimentos conjuntos em telas de diodo orgânico emissor de luz de última geração.

A JDI desenvolve uma tecnologia que resultará em telas de diodo orgânico emissor de luz (OLED, na sigla em inglês) mais nítidas, com menos consumo de energia e mais fáceis de produzir, disse o CEO da empresa, Minoru Kikuoka, em entrevista.

Embora a JDI esteja a poucos passos técnicos da decisão de avançar, já iniciou conversas com alguns clientes sobre o investimento na nova tecnologia, disse Kikuoka, que não quis citar empresas específicas.

O lançamento do primeiro iPhone OLED da Apple em 2017 foi visto como o começo do fim do longo reinado das telas de cristal líquido (LCD, na sigla em inglês) – uma forte ameaça para a JDI, por ser seu principal negócio.

A Apple responde por 60% da receita da empresa, cuja tecnologia estava ultrapassava e que carecia de fundos necessários para aumentar a produção.

Mas as previsões do desaparecimento das telas LCD erraram o alvo, dando à JDI espaço para respirar e desenvolver uma tela OLED menor para o Apple Watch. Agora, a JDI avalia a entrada no mercado de smartphones, onde competiria com a Samsung Electronics e fabricantes chineses.

“Não temos intenção de entrar em guerra de investimento com rivais”, disse Kikuoka. “Já existe um interesse tremendo em fazer parceria conosco na comercialização.”

A JDI pretende usar uma tecnologia de fabricação diferente do método de evaporação usado por rivais, disse Kikuoka.

O avanço para a produção em massa dependerá da capacidade de aumentar a produtividade e as necessidades dos clientes no momento.

O executivo estima que a empresa poderia iniciar a fabricação em larga escala no Japão ou no exterior já em 2022.

Constituída a partir dos escombros de numerosos fabricantes de telas japoneses em 2012, a JDI reduziu grandes investimentos em capacidade de LCD e enfrentou concorrência mais acirrada de rivais sul-coreanos e chineses.

Com seis anos seguidos de perdas, a empresa buscou infusão de capital do exterior, mas a lista de possíveis pretendentes continuou a diminuir.

Quando Kikuoka assumiu o comando em setembro passado, a crise havia se agravado, e a empresa alertou que, se não conseguisse levantar capital novo, poderia enfrentar dificuldades para continuar operando.

Desde então, a JDI conseguiu crédito que incluiu cerca de 50 bilhões de ienes (US$ 466 milhões) levantados com o Ichigo Trust e um esquema de refinanciamento com a Innovation Network Corp.

of Japan, um fundo estatal que continua sendo o maior acionista da JDI. A Apple também ajudou com a compra de alguns de seus equipamentos de fabricação.

Embora a ameaça de insolvência tenha desaparecido, a empresa ainda tenta obter lucro. A JDI teve perda operacional de 38,5 bilhões de ienes no ano encerrado em março, depois que as vendas caíram 21%.

A JDI projeta queda das vendas de 20% neste ano fiscal, citando o impacto do surto de coronavírus e a queda da demanda por telas em smartphones e carros.

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