François Bayrou entrega renúncia e Macron busca novo primeiro-ministro após colapso do governo

O presidente da França Emmanuel Macron está em busca de seu quinto primeiro-ministro em menos de dois anos, depois que partidos da oposição se uniram para derrubar o centrista François Bayrou, devido aos seus impopulares planos de austeridade orçamentária.
Bayrou sofreu uma derrota por 364 votos a 194 em uma votação de confiança no Parlamento nesta segunda-feira (8) e entregará oficialmente sua renúncia a Macron nesta terça-feira (9).
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Quem quer que Macron escolha para sucedê-lo enfrentará a tarefa quase impossível de unificar o Parlamento e encontrar formas de aprovar o orçamento para o próximo ano.
O nome do ministro da Defesa, Sébastien Lecornu, é um dos que circulam como possível sucessor, com outras opções sendo a escolha de alguém da centro-esquerda ou de um tecnocrata.
Não existem regras que determinem quem Macron deve escolher ou em quanto tempo. Macron, de 47 anos e no cargo desde 2017, nomeará seu novo primeiro-ministro nos próximos dias, informou seu gabinete na segunda-feira.
Os socialistas estão entre os que afirmam que é a vez deles de governar. “Gostaria que fosse a esquerda, os verdes. Precisamos reivindicar o poder”, disse Olivier Faure, líder do Partido Socialista, à rádio France Inter.
Enquanto isso, o partido de extrema-direita Reunião Nacional repetiu seu apelo por eleições legislativas ou presidenciais antecipadas, ambas já descartadas por Macron até agora. A decisão do presidente no ano passado de convocar eleições parlamentares antecipadas apenas resultou em um parlamento ainda mais fragmentado.
A reação dos mercados foi relativamente contida nas negociações da manhã desta terça-feira, com a queda de Bayrou já amplamente precificada. O próximo teste será a decisão da agência Fitch sobre a classificação de risco da dívida soberana da França, prevista para sexta-feira (12).
O país também se prepara para os protestos antigoverno “Vamos Bloquear Tudo” nesta quarta-feira, que ganharam força nas redes sociais. A falta de uma liderança centralizada entre os manifestantes torna difícil prever a escala ou o impacto dos protestos.
“Agora que a mudança de primeiro-ministro já está decidida, eles precisam se livrar do que está acima disso… essa é uma mensagem para Macron”, disse Alain Petit, de 61 anos, durante um “brinde de despedida” para Bayrou organizado em Clermont-Ferrand, no centro da França, na noite de segunda-feira.
Outros “brindes de despedida” semelhantes foram organizados em frente às prefeituras em várias cidades do país, com participantes dizendo que estão se preparando para os protestos de quarta-feira.
Sindicatos já anunciaram um dia de greves e protestos para 18 de setembro.