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Fraudes financeiras: Mais de 12 milhões foram vítimas, aponta pesquisa CNDL/SPC Brasil

16 ago 2019, 19:55 - atualizado em 16 ago 2019, 19:55
Dentre as principais dificuldades enfrentadas para se proteger das fraudes estão o fato de não saberem se um site é confiável e seguro para transações financeiras (Imagem: Pixabay)

Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revelou que 46% dos internautas brasileiros foram vítimas de algum tipo de golpe financeiro nos 12 meses anteriores ao estudo, o que equivale a um universo aproximado de 12,1 milhões de pessoas.

Além disso, mais da metade (51%) dos entrevistados afirma ter sofrido algum prejuízo financeiro com a fraude, sendo o valor médio do dano de R$ 478,00. A estimativa é de que o prejuízo total decorrente de fraudes financeiras nos 12 meses anteriores à pesquisa chegue a cerca de R$ 1,8 bilhão.

Dentre os fatos que antecederam a fraude, a pesquisa revela que os mais comuns foram perda de documentos pessoais (24%), roubo, assalto ou furto (21%), perda de cartão de débito ou crédito (18%) e fornecimento acidental de dados pessoais para terceiros por telefone, e-mail, WhatsApp ou em sites (13%).

Na avaliação do presidente da CNDL, José Cesar da Costa, é importante que o consumidor tome cuidados básicos para evitar transtornos com as fraudes e desconfie de facilidades ofertadas.

“O comércio eletrônico tem crescido consistentemente no Brasil, em grande medida, devido a uma combinação entre diversidade, preços competitivos, comodidade e segurança nos mais diversos segmentos de consumo. Entretanto, muitas pessoas não tomam os cuidados necessários nas transações on-line o que contribui para que sejam enganadas. São comuns, por exemplo, ofertas com valor muito abaixo da média praticada no mercado, o que já mostra um indício de que pode ser se tratar de tentativa de golpe”, alerta Costa.

Ainda de acordo com a pesquisa, as fraudes mais sofridas pelos entrevistados foram o não recebimento de produto comprado (52%), compra de um produto ou serviço diferente das informações especificadas pelo vendedor (42%), cartão de crédito ou débito clonado (25%), contratação de serviços ou compra indevida de itens usando documentos falsos, perdidos ou roubados da vítima (14%), transações financeiras em conta bancária sem autorização (13%) e pagamento de serviço não realizado (11%).

Serviços mais citados

Entre os serviços contratados e não realizados, 32% contrataram o serviço de falsa agência de emprego, 24% de uma empresa de renegociação de dívidas, 22% de organizadores de festas e 22% de limpeza de nome negativado.

Já para quem teve produtos ou serviços adquiridos em seu nome, usado em documentos falsos, perdidos ou roubados, as ações criminosas mais comuns foram a contratação de pacotes de internet (29%), TV por assinatura (29%), linha de telefone celular (25%), empréstimo (24%) e crediário (17%).

Dentre as principais dificuldades enfrentadas para se proteger das fraudes estão o fato de não saberem se um site é confiável e seguro para transações financeiras (53%), não conseguir identificar se um boleto é verdadeiro (45%), buscar informações sobre como os dados ficam guardados em empresas e órgãos públicos (39%) e não compartilhar dados pessoais nas redes sociais (38%).

Faixa etária, região e renda

De maneira geral, as vítimas de fraudes financeiras estão quase que distribuídas igualmente entre mulheres (53%) e homens (47%). Já a média de idade é de 37 anos. Pouco menos da metade mora no Sudeste (47%) e 23% estão no Nordeste.

Considerando a renda familiar, os entrevistados estão divididos em três intervalos principais:

– 23% ganham de R$ 999,00 a R$ 1.996,00;

– 22% de R$ 2.995,00 a R$4.990,00;

– 20,5% recebem de R$ 1.997,00 a R$ 2.994,00.

Produtos

Considerando os canais mais comuns para a ocorrência de fraudes, destaca-se a liderança das lojas online (54%). Na sequência aparecem os bancos (9%), as lojas físicas pequenas (8%), as lojas físicas de grande porte (8%) e as financeiras (6%).

Em relação ao não recebimento de produtos comprados, os itens mais mencionados são eletrônicos (35%), seguidos de roupas, calçados e acessórios (31%), cosméticos e perfumaria (13%), eletrodomésticos (12%) e artigos infantis (9%).

Após vivenciar a fraude, 30% tiveram o nome negativado

Três em cada dez vítimas tiveram o nome negativado (30%) devido à fraude sofrida.  Os problemas decorrentes podem afetar o acesso ao crédito do consumidor e até mesmo ocasionar consequências emocionais e para a saúde.

Tendo em vista as demais consequências, 52% relatam estresse, 24% precisaram ajustar o orçamento para cobrir prejuízos, 23% perderam tempo regularizando a situação na polícia e órgãos competentes e 16% falam em depressão, ansiedade ou outros problemas psicológicos.

Metodologia

A pesquisa ouviu 917 pessoas residentes em todas as capitais do país, homens e mulheres, com idade igual ou maior a 18 anos e de todas as classes sociais.

Os dados foram levantados em uma pesquisa conduzida pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

A integra da pesquisa está disponível em: https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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