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Frete grátis compensa? Para CFO do Mercado Livre (MELI34), ganho de escala trará rentabilidade no médio e longo prazo

04 dez 2025, 7:00 - atualizado em 03 dez 2025, 14:42
mercado livre
(Imagem: Reuters/Divulgação Mercado Livre)

Nos últimos meses, a chamada “guerra do e-commerce” ganhou força. Companhias do setor intensificaram a batalha por uma fatia de mercado, muitas vezes com subsídios para conquistar clientes e parceiros. Apesar de parte dos investidores olhar o movimento com receio, para o Mercado Livre (MELI34) ele faz total sentido, mesmo com a possibilidade de margens comprimidas.

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Em junho, por exemplo, a empresa anunciou frete grátis em compras a partir de R$ 19 pela plataforma em todo o país.

“Com ganho de escala e um investimento bem-feito, enxergamos que vamos conseguir proteger a nossa rentabilidade. No curto prazo, talvez oneremos ela um pouco, mas sabemos que, no médio e no longo prazo, ela se recupera”, disse o CFO da varejista, João Paulo Lima, em entrevista ao Money Times.

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No terceiro trimestre de 2025, em grande parte por causa dessa batalha, o Mercado Livre trouxe uma margem Ebit (operacional) de 9,8% — o menor valor desde o quarto trimestre de 2023.

Disputa com asiáticas

De acordo com o executivo, a companhia vem se preparando, principalmente, para travar dessa vez uma batalha contra players asiáticos. Nomes como a Shopee, Temu e AliExpress vêm intensificando suas presenças no Brasil com foco total no online e sem o “peso do varejo físico”.

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O CFO do Meli afirma que a visão da companhia é que a penetração do e-commerce no Brasil, hoje em cerca de 15% a 16%, ainda é baixa. Na China, por exemplo, as vendas online já representam quase 30% do varejo do país.

“A competição com players asiáticos vai continuar crescendo e nós temos que estar preparados”, afirmou Lima. “O varejo digital brasileiro continuará avançando e, na batalha, os serviços são diferenciais. O consumidor tem de receber o produto rápido em casa e os sellers, para isso, precisam de uma infraestrutura bem estabelecida”.

O executivo destacou que o Mercado Livre tem feito e continuará fazendo investimentos contínuos em sua infraestrutura logística para garantir a penetração no varejo digital. Isso inclui aportes nas operações de fulfillment (quando a companhia faz todo o serviço de logística), nas de cross-docking (quando o vendedor parceiro envia o produto para a varejista distribuir) e em centros de distribuição.

E as brasileiras?

Na frente de competição com as varejistas brasileiras, como Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3), o Mercado Livre demonstra menor preocupação.

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“Os players locais ficaram muito focados no offline. Eles até alocam parte do esforço deles no marketplace, mas não deixam de ter um foco maior no offline. Nós e os chineses sempre fomos digitais”, comenta.

Segundo ele, a grande participação dos brasileiros no “ainda muito importante varejo físico” acaba diminuindo a rapidez da adaptação para o online.

“O único varejista nacional que de fato tinha um investimento grande em digital era Lojas Americanas. Com a recuperação judicial, porém, ela saiu completamente desse mercado. Nós e os asiáticos pegamos a fatia”, afirma.

Cenário macro

Sobre a situação macro no país, Lima diz que enxerga o consumo instável. Se, de um lado, há a taxa de desemprego em níveis historicamente baixos, do outro, inflação e juros continuam pesando no orçamento das famílias.

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“A expectativa de consumo está muito ligada a esse controle inflacionário. Os juros altos, ao mesmo tempo em que seguram o consumo, também acabam impulsionando levemente. Com a inflação controlada, a população tem mais previsibilidade da sua renda”, afirma o CFO do Mercado Livre.

“A família brasileira, dentro do seu orçamento, vem alocando parte da renda no varejo online. Principalmente quando veem vantagem em preço e conveniência”.

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Jornalista formado pela Unesp, tem passagens pelo InfoMoney, CNN Brasil e Veja.
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