Agronegócio

Frigoríficos exportadores temem pelas futuras operações por falta de boi e preços descontrolados

21 nov 2019, 15:40 - atualizado em 21 nov 2019, 15:58
Agropecuária Boi Gado
Ausência de boi pode aumentar e dificultar a composição da produção dos frigoríficos mais do que já está (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Os frigoríficos exportadores começam a contabilizar até quando vai o limite da tranquilidade, coisa que os médios já estão perdendo e os pequenos já perderam.

As vendas externas estão dando suporte à recorde alta do boi e o mercado interno ainda vem aceitando o repasse da carcaça casada, mas a combinação da dificuldade acentuada e crescente de compra de animais e o descontrole dos preços colocam uma interrogação em algumas empresas.

Dois compradores de frigoríficos, um da região de Bauru e outro no Norte de São Paulo, exportadores China, que pediram para não serem identificados, admitem que o encurtamento das escalas está aumentando e a originação ficou sem nenhuma referência. Ambos acreditam que mais 15 dias, no máximo, poderá haver “colapso” nas operações.

É o tempo que Caio Toledo Godoy, da FC Stone, estima que pode durar a ‘crise’ mais aguda.

Além disso, também há dúvida sobre até quando o consumidor vai bancar a inflação da carne bovina, que nas prévias dos índices de novembro já está acima de 5% de participação.

O boi renovou máxima de R$ 230,00/@, segundo o app AgroBrazil para esta quinta (21). Mas indústrias menores precisam desembolsar mais que as referências, nos últimos dias, para não perderem a matéria-prima para os grandes.

Segundo Gustavo Resende Machado, analista da Agrifatto, cliente ouvido esses dias disse que compra o que aparecer na frente, boi comum, vaca, o que for para preencher as escalas.

Margem ainda considerada boa, com boi casado acima de R$ 15,00/kg, ou acima de 3,5% de spread positivo no acumulado do mês, para essas empresas de menor já viraram mosca branca. A geração de caixa vai ficando comprometida.

“Ainda não pesquisamos detidamente, mas o cenário sugere que algumas indústrias vão ter que reduzir o ritmo de abate”, diz Machado.

 

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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