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Funcionários da IBM aguardam números sobre demissões

01 jun 2020, 18:08 - atualizado em 01 jun 2020, 18:08
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“Todo mundo quer saber qual é o cenário geral, mas nunca o receberá da IBM”, disse James Cortada (Imagem: Reprodução/IBM)

O novo diretor-presidente da IBM, Arvind Krishna, deu continuidade a uma tradição atípica da empresa ao não divulgar a escala da mais recente rodada de cortes de empregos.

O preço: a especulação sobre milhares de cargos eliminados nos EUA no mês passado e maior ansiedade entre funcionários.

“Todo mundo quer saber qual é o cenário geral, mas nunca o receberá da IBM”, disse James Cortada, que trabalhou décadas na IBM e escreveu livros sobre a cultura da empresa.

A International Business Machines manteve o controle sobre esses números por décadas, com exceção de 1993, quando Lou Gerstner, um CEO contratado de fora da empresa, anunciou 60 mil demissões.

Quando Krishna assumiu o comando em abril, Cortada e funcionários atuais esperavam que o novo CEO usasse a reorganização para deixar sua marca e ser mais transparente quando a IBM entra em sua terceira revolução em 108 anos. No entanto, Krishna, um veterano da empresa, segue o roteiro.

O porta-voz da IBM, Ed Barbini, disse que a empresa não divulgará o número total de demissões por razões de concorrência.

“O trabalho da IBM em um mercado altamente competitivo exige flexibilidade para um constante ‘remix’ para habilidades de alto valor, e nossas decisões sobre a força de trabalho são tomadas no interesse de longo prazo de nossos negócios”, escreveu em comunicado por e-mail. “Reconhecendo as condições atuais únicas, a IBM está oferecendo cobertura médica subsidiada a todos os funcionários afetados nos EUA até junho de 2021.”

Muitas outras empresas de tecnologia divulgam dados sobre demissões. Quando a HP contratou um novo CEO no ano passado, a fabricante de computadores pessoais disse que cortaria até 9 mil empregos. Algumas semanas depois, a Cognizant, rival da IBM, anunciou planos para eliminar 7 mil posições.

Neste ano, Uber Technologies, Airbnb e TripAdvisor divulgaram números impressionantes de demissões.

“Muitas empresas estão demitindo pessoas hoje. Quanto mais francos forem sobre isso, melhor”, afirmou Ronn Torossian, diretor-presidente da empresa de comunicações 5WPR, que representa muitas empresas da Fortune 500.

Cerca de 90% das empresas representadas pela 5WPR divulgam um valor aproximado no que diz respeito a grandes reduções na força de trabalho. “É um erro pensar que você pode demitir milhares de pessoas e não responder a perguntas”, disse ele. “E não é apenas a mídia que faz perguntas – são investidores, funcionários e clientes restantes”.

Fazer demissões é sempre um assunto delicado. Isso é especialmente verdade para a IBM. A empresa possui cerca de 350 mil empregados globalmente, mas a força de trabalho doméstica vem diminuindo, enquanto contratações foram feitas em países de menor custo na Ásia e Europa Oriental.

Isso expõe a empresa a críticas e pressões políticas, especialmente do presidente Donald Trump, que pressiona por mais empregos nos EUA.

No vazio de informações da IBM, trabalhadores especulam ansiosamente sobre o escopo da reestruturação. Vários funcionários impactados disseram que perguntaram aos gerentes quantos colegas perderam o emprego e disseram que não tiveram acesso a essas informações.

Bruce Baumbush foi dispensado após 22 anos na chamada Big Blue. “Metade do meu departamento desapareceu”, disse em entrevista. “Milhares de pessoas foram impactadas.”

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