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Fundo da Dahlia sobe 30% e aposta em bolsa com juro baixo

17 nov 2020, 7:09 - atualizado em 17 nov 2020, 7:09
Mercados Ações
O ganho refletiu uma visão positiva para as ações brasileiras e atraiu investidores, com captação líquida de quase R$ 3 bilhões no mesmo período (Imagem: Pixabay)

Um grupo de ex-executivos do Bank of America no Brasil está por trás de um fundo multimercado que superou quase todos os seus pares durante o último ano.

O fundo Dahlia Total Return subiu cerca de 30% em moeda local ao longo dos últimos 12 meses, mais de cinco vezes o retorno médio dos pares e atrás somente do Truxt Long Bias e do Itau Hedge Plus em uma lista com 174 multimercados monitorados pela Bloomberg.

O ganho refletiu uma visão positiva para as ações brasileiras e atraiu investidores, com captação líquida de quase R$ 3 bilhões no mesmo período.

O fundo, gerido pela Dahlia Capital, apostou em nomes e setores que se beneficiam de um cenário de juro baixo no Brasil, disse Sara Delfim, que ajudou a montar a casa em 2018, após uma passagem de nove anos pelo BofA.

O Dahlia Total Return também ganhou com exposição ao mercado acionário norte-americano, dólar, metais e NTN-B. Atualmente, cerca de 50% do patrimônio do fundo está em ações brasileiras.

“Nossa carteira expressa a visão de mundo com juro baixo e políticas de estímulos acentuadas”, disse Sara Delfim, em entrevista.

Logo do Bank of America (BofA) em Nova York
O fundo, gerido pela Dahlia Capital, apostou em nomes e setores que se beneficiam de um cenário de juro baixo no Brasil, disse Sara Delfim, que ajudou a montar a casa em 2018, após uma passagem de nove anos pelo BofA (Imagem: REUTERS/Carlo Allegri)

Ela cita que a temporada de resultados do terceiro trimestre tem trazido “uma surpresa positiva a cada dia”, com muitas companhias aproveitando a crise para acelerar investimentos.

O desfecho da eleição norte-americana acabou fortalecendo a tese a favor de ativos de risco, enquanto as notícias positivas em relação ao desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus trazem “mais visibilidade”, de acordo com ela.

No mercado local, a gestora de recursos tem preferido três temas principais na bolsa: nomes do setor elétrico, como a Eneva (ENEV3); companhias com um componente de tecnologia, como Totvs (TOTS3) e  Weg (WEGE3) e “empresas ganhadoras” de seus respectivos setores, como Localiza (RENT3), Lojas Renner (LREN3) e  Natura&Co (NTCO3). A Dahlia espera que a agenda de reformas no Brasil seja retomada após o país ter elevado as despesas públicas no combate à pandemia.

“As reformas foram atrapalhadas, mas não canceladas”, disse José Rocha, um dos sócios-fundadores da Dahlia, mencionando avanços recente como a lei do saneamento e a autorização por parte do STF da venda de refinarias da Petrobras sem aval do Congresso.

Para Rocha, o maior risco no curto prazo no está em uma potencial tensão social no Brasil, em meio ao nível elevado de desemprego. “Isso gera insatisfação. Quem está desempregado tem pressa”, disse.

A Dahlia Capital foi criada em 2018, tem cerca de R$ 8 bilhões sob gestão e conta com um time de 15 pessoas, com a maior parte do seu time de gestão vindo do BofA.

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