Internacional

Fundo europeu administrado só por mulheres ganha 65% com Moderna

07 dez 2020, 13:20 - atualizado em 07 dez 2020, 13:20
Moderna
As ações da Moderna são, de longe, o destaque do fundo, com alta de cerca de 700% neste ano, impulsionadas pelo recente sucesso dos ensaios da empresa com uma vacina contra o coronavírus (Imagem: Reuters/Brian Snyder)

Um fundo de saúde da Baillie Gifford & Co., que é administrado por uma equipe só de mulheres, superou seus pares com ganho de 65% neste ano, em grande parte devido a uma aposta antecipada em ações da Moderna.

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As ações da Moderna são, de longe, o destaque do fundo, com alta de cerca de 700% neste ano, impulsionadas pelo recente sucesso dos ensaios da empresa com uma vacina contra o coronavírus.

Outras posições do fundo Worldwide Health Innovation, de US$ 80 milhões, também tiveram aumentos de três dígitos, o que proporcionou o melhor desempenho entre pares europeus no segmento de saúde, de acordo com dados da Morningstar.

“A melhor maneira de pensar sobre a Moderna é que eles estão na raiz do controle da biologia – qualquer coisa que possa ser codificada, a Moderna pode replicar”, disse a gestora do fundo, Julia Angeles, que investiu pela primeira vez na Moderna quando a empresa foi listada em dezembro de 2018. “Eu acreditava que eles poderiam ser uma daquelas empresas realmente únicas, que fazem a ponte entre a biotecnologia e a tecnologia.”

O coronavírus levou investidores a apostarem nos vencedores da corrida por uma vacina. Com isso, as ações da Pfizer e de sua parceira BioNTech dispararam no mês passado.

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Ainda assim, os pares europeus mais próximos do fundo da Baillie Gifford estão muito aquém, com ganhos de 13% a 45% neste ano até novembro.

A pandemia não teve um impacto uniforme no setor de saúde em geral. Muitos pacientes com outras doenças evitam os prontos-socorros e consultórios médicos por medo de contágio.

O coronavírus levou investidores a apostarem nos vencedores da corrida por uma vacina. Com isso, as ações da Pfizer e de sua parceira BioNTech dispararam no mês passado (Imagem: Pixabay)

Isso beneficiou a seleção das principais posições do fundo, como a M3 Inc., uma companhia japonesa que ajuda farmacêuticas, médicos e pacientes a acessarem informações online, algo que se mostrou imprescindível durante a pandemia.

O preço das ações da M3 quase triplicou até novembro. Outras posições incluem a empresa de diagnóstico por vídeo Teladoc Health.

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“Todas as empresas com foco online que capturaram a demanda por reuniões físicas estão explodindo” e, ainda assim, achamos que há potencial para mais, disse Angeles. “Toda essa tecnologia ajudará a reinventar o sistema de saúde.”

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Negócios disruptivos

Angeles, nascida na Bielorrússia, administra o fundo em Edimburgo com a russa Marina Record, que analisa empresas para a Baillie Gifford desde 2008, e com a vietnamita Rose Nguyen, cujos pais são farmacêuticos e o parceiro é médico.

A equipe procura joias ainda não exploradas indo a conferências de saúde, desenvolvendo relacionamentos com cientistas e conversando com capitalistas de risco sobre tendências.

Compreender a gestão e a estratégia de uma empresa antes de investir é fundamental para os gestores da Baillie Gifford, fundada há 112 anos. Angeles se encontrou pela primeira vez com o CEO da Moderna, Stephane Bancel, em 2017.

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“Tentamos identificar negócios disruptivos o mais cedo possível e como podemos capturar esses sinais de que algo vai mudar”, disse Angeles, que administra US$ 65 bilhões no total.

A equipe procura joias ainda não exploradas indo a conferências de saúde, desenvolvendo relacionamentos com cientistas e conversando com capitalistas de risco sobre tendências (Imagem :Reuters)

Uma empresa que ela vê como promissora é a Butterfly Network, que deve abrir capital no próximo ano. A Butterfly fabrica máquinas de ultrassom que podem fornecer imagens de corpo inteiro com uma única sonda portátil.

Sem dúvida, a empresa se beneficiará com a pandemia em meio à realização de ultrassons de pulmões para verificar sintomas da Covid-19, disse Angeles.

No entanto, investidores precisam ter cuidado se as empresas dependerem demais de uma vacina contra a Covid-19, já que muitas estão sendo desenvolvidas e isso vai derrubar os preços, disse Damien Conover, diretor de pesquisa de renda variável da Morningstar.

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bloomberg@moneytimes.com.br