Fundo soberano da Noruega votará contra pacote de remuneração de US$ 1 tri da Tesla para Musk
						O fundo soberano da Noruega, o maior do mundo, afirmou nesta terça-feira (4) que votará contra a ratificação do pacote de remuneração proposto para o CEO da Tesla, Elon Musk, que contém ações avaliadas em até US$ 1 trilhão, durante a assembleia geral anual que será realizada nesta semana.
Os investidores da fabricante de veículos elétricos decidirão nesta quinta-feira (6) se aprovam ou não o pacote, provavelmente o maior acordo de remuneração para um CEO já feito, o qual críticos têm classificado como excessivo.
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O conselho da Tesla está pressionando os acionistas para que aprovem o plano. A presidente do conselho, Robyn Denholm, alertou na semana passada que Musk poderia deixar a empresa caso o acordo fosse rejeitado.
Embora o pacote possa conceder ações avaliadas em até US$ 1 trilhão ao longo de dez anos, o custo dessas ações no momento da concessão será deduzido, o que faz com que o valor líquido para Musk seja um pouco menor, até US$ 878 bilhões, segundo uma análise da Reuters.
“Embora reconheçamos o valor significativo criado sob o papel visionário do Sr. Musk, estamos preocupados com o tamanho total da recompensa, a diluição e a falta de mitigação do risco de dependência de uma única pessoa — em linha com nossas visões sobre remuneração executiva”, afirmou o Norges Bank Investment Management em seu site.
Bônus alto mesmo com baixo desempenho
O pacote prevê que Musk receba 423,7 milhões de novas ações, o equivalente a 12% adicionais de participação na Tesla, elevando sua fatia para quase 29%. Se o plano for aprovado, o executivo poderá se tornar o primeiro trilionário do mundo.
O pagamento, no entanto, está condicionado ao cumprimento de metas ambiciosas — entre elas, levar o valor de mercado da Tesla a US$ 8,5 trilhões nos próximos anos.
Mesmo assim, analistas apontam que Musk poderia receber entre US$ 20 bilhões e US$ 40 bilhões mesmo com desempenho inferior à média do mercado, segundo a Reuters. Isso significa que o maior pagamento corporativo da história poderia ser concedido mesmo sem retornos excepcionais.
Críticos também lembram que Musk já acumulou mais remuneração do que o lucro total da Tesla desde sua fundação.
O conselho da empresa, por outro lado, defende o pacote como uma forma de garantir o comprometimento do CEO com o negócio.
Musk ataca contrários
Em meio às críticas, Musk afirmou no fim de outubro que o objetivo do pacote não é enriquecer, mas assegurar controle sobre o futuro da empresa.
“Não é como se eu fosse gastar esse dinheiro”, disse em teleconferência com investidores. “Preciso ter influência suficiente para proteger a Tesla, mas não tanta a ponto de não poder ser demitido se eu enlouquecer”.
O bilionário também atacou as consultorias ISS e Glass Lewis, que recomendaram aos investidores que votem contra o novo plano. Musk chamou ambas de “terroristas corporativos”, acusando-as de comprometer decisões estratégicas da Tesla.
Segundo ele, o verdadeiro debate não é sobre remuneração, mas sobre quem comandará o próximo capítulo da empresa, voltado para inteligência artificial, robôs humanoides e robotaxis.
“Não me sinto confortável em construir um exército de robôs e ser demitido por causa de recomendações idiotas dessas empresas”, afirmou.
Com informações da Reuters