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FIIs de papel ainda fazem sentido? Na visão da Genial, sim — veja o porquê

23 maio 2025, 15:48 - atualizado em 23 maio 2025, 15:48
fundos imobiliários - fiis
Veja por que os FIIs de papel ainda fazem sentido, segundo a Genial (Imagem: Getty Images)

Devido à atratividade da renda fixa, muitos investidores têm repensado suas posições em fundos imobiliários (FIIs), especialmente os de papel, motivados pela percepção de menor risco e maior retorno. Mas afinal, diante de um CDI elevado, migrar para a renda fixa é sempre a melhor escolha?

Um relatório recente da Genial Investimentos, assinado pelos analistas Bernardo Noel e Luis Assis, traz uma visão que pode surpreender: essa troca, às vezes, pode não ser tão vantajosa.

Para o banco, os fundos de recebíveis estão oferecendo oportunidades relevantes, com prêmios atrativos, boa diversificação e potencial de valorização diante de uma eventual melhora no ambiente macroeconômico.

FIIs de papel x títulos privados

O relatório destaca que o Kinea Índices Preços (KNIP11), um dos FIIs mais conhecidos do mercado, está sendo negociado com uma taxa implícita de IPCA +9,54% ao ano.

Isso representa um prêmio de cerca de 0,5 ponto percentual sobre a média dos títulos privados indexados à inflação, que, na última semana de abril, ficaram entre IPCA +7,3% e +10,3%.

A maior taxa observada pela Genial entre esses papéis foi de IPCA +12,4%, enquanto apenas 1,5% dos casos superou, de fato, o patamar de IPCA +12%, indicando que esses níveis ainda são exceções no mercado.

“Esse diferencial significa que o investidor, ao adquirir cotas de KNIP11, garante uma taxa superior à média dos CRIs, com o benefício adicional da diversificação (mais de 100 CRIs na carteira do fundo) e da gestão profissional do risco de crédito, fator que contribui significativamente para a mitigação de inadimplência”, explicam os analistas.

O risco de ‘vender barato para comprar caro’

Na visão da Genial, não há certo ou errado em realocar recursos de fundos imobiliários para a renda fixa.

Apesar disso, o relatório alerta que, em muitos casos, o investidor acaba “vendendo barato para comprar caro”, ao se desfazer dos FIIs de papel num momento em que eles estão sendo negociados com desconto.

Além do retorno, os dividendos pagos pelos fundos são isentos de imposto de renda para pessoas físicas, o que amplia ainda mais a atratividade quando comparados a títulos privados tributados.

Fundos imobiliários atrativos

Os analistas da casa também destacam que, além do KNIP11, hoje há FIIs sendo negociados com taxas ainda mais atrativas e preços descontados.

Segundo eles, a abertura da curva de juros tem pressionado o valor das cotas patrimoniais, já que os CRIs nos portfólios dos fundos sofrem deságio na marcação a mercado.

“Esse movimento, somado ao fluxo negativo de investimentos nesses ativos por conta de uma maior atratividade da renda fixa, gera uma espécie de duplo desconto”, explicam.

Na avaliação da Genial, uma eventual reversão na trajetória dos juros e da inflação tende a reduzir o desconto das cotas visto hoje, destravando valor aos cotistas tanto pelos dividendos mensais quanto pela valorização patrimonial dos ativos.

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Jornalista formado pela Universidade Nove de Julho, com MBA em Planejamento Financeiro e Análise de Investimentos. Com passagens pela redação da TV Band, UOL, Suno Notícias e Agência Mural. Também foi líder de conteúdo no time do “Economista Sincero”. Atualmente é repórter no Money Times.
igor.grecco@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Nove de Julho, com MBA em Planejamento Financeiro e Análise de Investimentos. Com passagens pela redação da TV Band, UOL, Suno Notícias e Agência Mural. Também foi líder de conteúdo no time do “Economista Sincero”. Atualmente é repórter no Money Times.