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Fusão Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) ameaçada? Chapter 11 pode postergar acordo

28 maio 2025, 11:34 - atualizado em 28 maio 2025, 11:34
gol azul
Fusão da Azul e Gol pode ficar em segundo plano em meio ao pedido de Chapter 11 (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) estão em rotas contrárias. Enquanto a Gol espera deixar para trás seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11) no próximo mês, a Azul (AZUL4) anunciou nesta quarta-feira (28) a entrada.

O desencontro ocorre em meio ao processo de fusão entre as aéreas, anunciado em janeiro deste ano, com a assinatura de Memorando de Entendimentos Não Vinculante (MoU).

O analista Ricardo França, da Ágora Investimentos, acredita que o início do Chapter 11 interrompe o acordo entre as aéreas, pelo menos até que a Azul consiga sair do processo. Até o momento, nenhuma das companhias se manifestou oficialmente sobre a fusão.

Segundo fontes familiarizadas com o assunto, o atual momento da Azul é de foco total no processo de entrada e saída o mais rápido possível do processo de recuperação judicial.

Caso a fusão seja concluída, Azul e Gol manterão seus certificados operacionais independentes, no entanto, atuando sob uma única empresa resultante listada. Ou seja, na prática, será uma empresa — presente na Bolsa — com duas companhias aéreas, mantendo as bandeiras já conhecidas.

Recuperação judicial da Azul

Apesar de ter entrado com o Chapter 11, a Azul defende que seu caso é “diferente de qualquer outra reestruturação de companhias aéreas da região”, ou seja, da América Latina.

O motivo, segundo a aérea, é a entrada no processo com os acordos já firmados com diversos de seus parceiros. Conforme o comunicado divulgado ao mercado nesta quarta (28), a aérea iniciou um processo de reestruturação pré-acordada para viabilizar acordos que envolvem aproximadamente US$ 1,6 bilhão em financiamento DIP (debtor-in-possession).

O DIP é uma modalidade de crédito específica para empresas em processo de recuperação judicial, que visa fornecer os recursos financeiros necessários para que a empresa opere e atinja seu objetivo. No caso da Azul, a busca é pela redução da dívida e melhorar a estrutura financeira.

A Azul aponta que esse compromisso de financiamento pagará parte da dívida existente e irá fornecer aproximadamente US$ 670 milhões de capital novo para reforçar a liquidez durante e após o processo.

“Na conclusão da reestruturação, os acordos preveem que o financiamento DIP seja pago com os recursos provenientes de uma Oferta de Direitos de Ações de até US$ 650 milhões, apoiada por alguns desses parceiros financeiros e suportada ainda por um investimento em equity adicional previsto de até US$ 300 milhões pela United Airlines e pela American Airlines, sujeito a certas condições”, dizem.

A Azul defende que já entrou no processo preparada para passar por ele e com plano de como o encerrar. De acordo com fontes a par do assunto, devido à entrada já estruturada, a expectativa não é de que o processo se alongue, podendo se encerrar em um ano.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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