Fusão Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3) fica mais próxima de acontecer

A fusão entre a Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3), que passou por alguns questionamentos, ficou mais próxima de acontecer com a aprovação de 43,79% dos investidores minoritários.
Segundo boletim publicado na noite do sábado, outros 17,43% rejeitaram a proposta.
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O próximo passo é a Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que deliberará sobre a incorporação de suas ações e será realizada no dia 5 de agosto de 2025, às 11h, exclusivamente em formato digital, por meio da plataforma Zoom.
Para participar, os acionistas deverão enviar a documentação exigida pela plataforma Qi Central até o dia 3 de agosto.
As AGEs foram suspensas duas vezes pela CVM após questionamentos dos acionistas minoritários sobre as condições da fusão.
O que será votado na AGE
Na assembleia, os acionistas irão votar a proposta de incorporação das ações da BRF pela Marfrig.
Se aprovada, a BRF se tornará uma subsidiária integral da Marfrig, com os acionistas recebendo 0,8521 ação da Marfrig para cada ação da BRF que possuírem.
A operação também prevê cancelamento das ações em tesouraria e direito de retirada para acionistas dissidentes.
A fusão é parte de uma estratégia para consolidar as duas companhias em uma plataforma global de alimentos, com ganhos de escala, eficiência e expansão internacional.
A consumação da operação, no entanto, depende da aprovação dos acionistas de ambas as empresas e do cumprimento de determinadas condições previstas no protocolo.
Na via das dúvidas…
Enquanto houve alguns questionamentos da fusão, a Marfrig foi embolsando mais ações, passando a deter 58,87% do capital social da BRF.
Com a saída do fundo da Previ, que também era contra os termos da fusão, o negócio ficou ainda próximo de ser aprovado.
Agora, a questão fica em torno do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
A Minerva (BEEF3) entrou com recurso contra a fusão.
A companhia, que pediu a reavaliação do processo, alega que a aprovação do acordo desconsidera impactos relevantes para concorrência, em especial, no mercado de processados.
Segundo a Minerva, a fusão que criaria a “MBRF”, geraria uma concentração excessiva nos segmentos de almôndegas, hambúrgueres e quibes, assim como ampliaria o poder de comprar e o portfólio da nova empresa, que passaria a reunir 37 marcas.
Segundo o colunista Lauro Jardim, do O Globo, a aprovação ganhou pedras no sapato.
A apuração indica que o novo presidente do Cade, Gustavo de Lima, recomendou ao colegiado da autarquia a conversão da avaliação da fusão de rito sumário para ordinário.
Ou seja, a operação passaria a ser vista como um caso de maior complexidade que demandará mais tempo para ser avaliada.
A mudança foi resultado de um pedido de reavaliação do negócio feito pela Minerva e pela Latache Capital, acionista minoritária da BRF.
Outro fator de preocupação fica para o Salic, fundo da Arábia Saudita, que conta com participação de 24,5% na Minerva e que a partir da fusão, também teria participação de 10,6% na MBRF.
Para a Minerva, há um receio de que conselheiros indicados pelo fundo público do país possam favorecer a troca de informações estratégicas e afetar a rivalidade no segmento.