Opinião

Gabriel Casonato: Ações de maconha são uma bolha?

14 set 2018, 15:11 - atualizado em 14 set 2018, 15:37

Por Gabriel Casonato, Editor da Agora Brasil

Caro leitor,

No Brasil o assunto ainda é tido como um tabu.

Mas nos Estados Unidos e em outros países a história já é bem diferente.

Falo obviamente da maconha…

Não só da planta em si…

Mas de toda uma indústria que, se por um lado está longe de atingir a maturidade…

Pelo outro vem sendo apontada como uma das mais promissoras da atualidade.

Tanto que, mesmo com a grande maioria das empresas ainda apresentando prejuízos…

As mesmas vêm entregando resultados bastante expressivos a quem decidiu aplicar em suas ações.

A euforia é tanta que muitos já fazem comparações com o frenesi observado há pouco tempo com o Bitcoin.

Afinal, altas de 100, 500 e até 1.000 por cento têm sido cada vez mais frequentes entre as chamadas pot stocks…

Variações que também eram costumeiramente observadas na época do boom das criptomoedas.

E que fazem surgir questionamentos sobre a possibilidade de uma bolha nas ações de maconha.

O desempenho fenomenal em agosto foi determinante para isso.

Os mais céticos questionam se os valuations já não estão excessivamente esticados…

E se a trajetória explosiva das ações não fugiu da racionalidade.

Não estou aqui para julgar a existência ou não de uma bolha no mercado das criptos.

Mas lembro que, ao contrário do que ocorre com as moedas digitais…

A maconha você consegue ver, pegar, sentir o cheiro, fumar, entre muitas outras aplicações.

Ou seja, é possível observar fisicamente o nascimento de todo um setor que vai movimentar bilhões de dólares.

E se alguém duvida do potencial dessa indústria, basta ver o noticiário corporativo das últimas semanas…

DIRETO DE WALL STREET…

Agosto foi um mês agitadíssimo para o mercado de cannabis…

Possivelmente o mais barulhento até agora.

E no bom sentido, é claro!

Tudo vinha correndo de forma tranquila, sem grandes sobressaltos, até o dia 15.

Então veio o anúncio que acionou uma espécie de mola propulsora para as ações…

A Constellation Brands, fabricante da cerveja Corona, estava fazendo a maior aposta já vista em uma empresa de maconha.

A escolhida foi a Canopy Growth (NYSE: CGC).

Uma das maiores produtoras e varejistas da marijuana e derivados do planeta.

Mas não foi só o valor do deal que chamou a atenção…

Cerca de 4 bilhões de dólares para ampliar uma fatia de 9,9 por cento adquirida em outubro para os atuais 38 por cento.

Também saltou aos olhos o interesse de um grande player de bebidas em um produto completamente diferente.

E se alguém achava se tratar de algo isolado, uma outra notícia dias depois confirmou ser algo muito maior.

Uma tendência de fato.

A Diageo, a maior fabricante de destilados do mundo, também estaria determinada a entrar no mercado de maconha.

Já estaria até conversando com três produtores de cannabis.

Algo inimaginável até pouco tempo.

Ou alguém apostaria que a dona de marcas como Johnnie Walker e Smirnoff fosse precisar da maconha?

O que importa é que o movimento hoje faz todo sentido.

Basta ver uma série de pesquisas mostrando que o consumo de álcool despenca em países que legalizam a erva.

Não obstante, o resultado tem sido uma verdadeira corrida dos investidores em busca das pot stocks…

E um rali como há muito não se via nas bolsas americanas.

Como exemplo, pegue o caso da Tilray (NASDAQ: TLRY), que acertou na veia o timing do IPO.

Foi em 18 de julho, ao preço de 17 dólares por ação.

Menos de dois meses depois, veja o que aconteceu:

Isso mesmo, a cotação bateu nada menos que 119 dólares por ação.

Uma valorização de 600 por cento em apenas 40 pregões.

Claro que é muito difícil conseguir embolsar um lucro dessa magnitude.

Mas não se engane…

Isso já aconteceu antes e irá acontecer outras vezes…

Principalmente quando as empresas começarem a mostrar os resultados de fato da legalização.

O importante é saber selecionar as vencedoras…

E estamos aqui justamente para ajudá-lo nessa empreitada.

Neste sentido, aos que pretendem entrar nesse jogo, já dou logo um conselho:

Foque no longo prazo e esqueça a volatilidade.

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