Galeria Magalu: Loja-conceito deve liderar faturamento da varejista; veja o que esperar da nova aposta no físico
O Magazine Luiza (MGLU3) inaugura nessa terça-feira (9) a Galeria Magalu, a ambiciosa aposta da varejista para materializar seu ecossistema, com a união entre os canais físico e digital.
Localizada na Avenida Paulista, a Galeria reúne as lojas do Magazine Luiza, KaBuM!, Netshoes, Época Cosméticos e a Estante Virtual no espaço de mais de 4 mil metros quadrados antes ocupado pela Livraria Cultura, no Conjunto Nacional.
Em coletiva de imprensa com jornalistas, realizada nesta segunda, o CEO Frederico Trajano classificou o projeto como um “brand place“, local que aponta como um centro para reunir grandes marcas dentro das empresas parte do ecossistema Magazine Luiza.
“Buscamos ressignificar a loja de departamento, que estava sofrendo problemas de fluxo e queríamos repensar isso em um conceito mais moderno, digital e futurista, que conseguisse manter o que a loja de departamento tem de bom, mas resolvendo dosi problemas: de fluxo e viabilidade econômica”, disse o CEO durante a coletiva.
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Sem abrir dados sobre o investimento ou expectativa de faturamento por loja, Fred Trajano e o Fabrício Garcia, vice-presidente comercial e operacional da varejista, apontaram que a Galeria Magalu deve ter o maior faturamento da companhia.
Como referência, Garcia abriu que, em novembro, a loja localizada na Marginal Tietê vendeu mais de R$ 20 milhões, montante classificado como alto para as categorias-chave do Magazine Luiza. A expectativa é de que a Galeria supere o patamar.
O CEO do Magalu reconhece a sensibilidade do atual patamar de juros — atualmente com a Selic em 15% —, que gerou a necessidade de uma equação econômica que tornasse o negócio viável. Neste sentido, a companhia aposta também nos ads (advertisement) dentro da loja-conceito.
Repleta de espaços publicitários, marcas pagam o Magalu para serem exibidas dentro da loja. Apenas com ads, a companhia espera recuperar o investimento feito na loja em um ano e meio.
- ‘Juros estão altos demais e não há razão para isso’, afirma Luiza Trajano, do Magazine Luiza (MGLU3)
A estratégia do Magalu
Durante a coletiva de imprensa, o CEO e a presidente do conselho de administração do Magalu, Luiza Helena Trajano, destacaram que o varejo físico teve sua “morte” decretada diversas vezes, e que, no entanto, ainda há força e estratégia em um modelo de negócio que aposta na complementariedade do físico com o digital.
Frederico Trajano afirmou que o varejo físico está longe de morrer. “Nós tivemos uma Black Friday extraordinária em loja física […] O físico está menos competitivo que o online, mas não menos relevante”, afirma o executivo.
A loja-conceito tem como pilar a multicanalidade do Magazine Luiza. Com cinco lojas que atendem diferentes públicos, operação de retirada em loja, ativações presenciais que visam atrair público e com dois estabelecimentos alimentícios dentro da loja que demandam a circulação do público, a varejista busca impulsionar o físico.
A companhia não dispensa o digital, mas descarta a possibilidade de entrar na briga de nomes do e-commerce como Mercado Livre e Shopee, que estão de olho em produtos de tickets mais baixos.
No horizonte, cerca de 50 lojas são vistas como potenciais Galerias no futuro, no entanto. A companhia, no entanto, ainda não tem planos estruturados neste sentido e aponta essa primeira como um material de estudo que deve nortear os próximos passos.