Garantias do caso Master vão drenar 1/3 do caixa do FGC; veja os valores
O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) estima que terá de desembolsar R$ 41 bilhões para pagar as garantias aos credores do Banco Master, após o Banco Central decretar a liquidação extrajudicial da instituição, segundo comunicado divulgado pela entidade.
O montante corresponde a um terço do caixa do FGC. Dados de setembro mostram que o fundo possuía patrimônio de R$ 160 bilhões, dos quais R$ 122 bilhões estavam disponíveis em recursos líquidos para cumprir sua função de proteção ao sistema.
Segundo o FGC, as instituições liquidadas somam uma base estimada de 1,6 milhão de credores com depósitos e investimentos elegíveis à garantia. Além do Banco Master, também foram liquidados o Banco Master de Investimento, o Banco Letsbank e a Master Corretora de Câmbio.
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Os pagamentos serão realizados a partir das informações encaminhadas pelo Banco Central. Embora não haja prazo legal para o início dos desembolsos, o tempo médio para que o processo comece é de cerca de 30 dias.
A garantia ordinária cobre até R$ 250 mil por credor, limitada ao total de R$ 1 milhão em até quatro anos.
Os credores podem fazer cadastro no aplicativo do FGC, disponível na Apple Store e na Google Play, para acompanhar o andamento do processo.
“Assim que o FGC receber a relação dos credores enviada pelo liquidante, também através do App do FGC, o credor poderá prosseguir com o processo de solicitação da garantia, inclusive informando ao FGC uma conta bancária de sua titularidade para as transferências dos valores”, afirmou em comunicado.
Master liquidado
O Banco Central decretou a liquidação judicial do Banco Master nesta terça-feira (18).
Com a medida, ficam indisponíveis os bens dos controladores — Daniel Vorcaro, Armando Miguel Gallo Neto e Felipe Wallace Simonsen —, além dos ex-administradores Angelo Antonio Ribeiro da Silva, Jose Ricardo de Queiroz Pereira, Luiz Antonio Bull, Reinaldo Hossepian Salles Lima e Vinicius da Silva Pinto.
Hoje cedo a Polícia Federal prendeu Vorcaro durante a Operação Compliance Zero, que cumpre cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.
Além do dono do Banco Master, também foi preso Augusto Lima, principal sócio do executivo no Master.
A ação da PF mira um esquema de emissão e negociação de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional. O órgão apura crimes como gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa.