Combustíveis

Gasolina vai oscilar e a culpa não é do Lula ou da Petrobras (PETR4); entenda

06 mar 2023, 16:44 - atualizado em 06 mar 2023, 17:03
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Segundo dados da Abicom, desde o dia 1º de março, a gasolina e o diesel vendidos no mercado nacional estão bem abaixo dos valores internacionais. (Imagem: Pixabay/Engin_Akyurt)

O governo mal elevou os impostos da gasolina e já deve ver mais uma alta nos preços do combustível. Isso porque o mercado internacional virou e a defasagem em relação aos preços praticados no Brasil aumentou.

Segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), desde o dia 1º de março, a gasolina e o diesel vendidos no mercado nacional estão bem abaixo dos valores internacionais. No relatório divulgado nesta segunda-feira (6), a defasagem da gasolina chega a 10%, enquanto do diesel está em 14%.

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Para igualar, seria preciso elevar o preço do litro da gasolina em R$ 0,35. Já o reajuste do diesel seria de R$ 0,33. Caso o cenário se mantenha, a Petrobras (PETR3PETR4) será obrigada a reajustar os valores brasileiros para cima.

Por outro lado, no médio prazo, o futuro do petróleo ainda é incerto e o motivo são as duas maiores economias do mundo.

A China reduziu a sua meta de crescimento para 5% em 2023. Trata-se da mais baixa em mais de três décadas. Além disso, os Estados Unidos não encerraram o seu ciclo de aperto monetário. Ou seja, a demanda por energia deve cair ao longo dos próximos meses, levando junto as cotações dos barris de petróleo.

Reoneração dos combustíveis

Na semana passada, o ministro Fernando Haddad anunciou a reoneração dos impostos federais sobre a gasolina e o etanol.

Com a mudança, o retorno do PIS e Cofins deve girar em torno de 75% sobre a gasolina, elevando o preço a R$ 0,47 por litro. Já no etanol, o acréscimo foi de R$ 0,02 por litro. A medida é válida pelos próximos quatro meses. Já o Cide, que também estava em discussão, permanecerá zerada até o fim do ano.

Em contrapartida, presidente Lula usou a Petrobras (PETR3PETR4) como um coringa para minimizar o impacto dos impostos no bolso do consumidor.

Antes do anúncio da reoneração, a estatal anunciou a redução do preço médio de venda de gasolina e do diesel para as distribuidoras. Assim, a partir de hoje, o litro da gasolina passa de R$ 3,31 para R$ 3,18. Para o diesel, o litro passa de R$ 4,10 para R$ 4,02.

Pelos cálculos da Abicom, o preço da gasolina nos postos deve subir cerca de R$ 0,25 por litro devido ao reajuste tributário.

Gasolina nas bombas de combustível

O consumidor já sente os efeitos da reoneração dos combustíveis. Segundo o Panorama Veloe de Índices de Mobilidade, o preço da gasolina comum teve uma média de acréscimo de R$ 0,41 por litro no país dois dias após a cobrança de PIS e Cofins.

Além disso, em alguns casos, os postos de gasolina aproveitaram a ação do governo para fazer ajustes ainda maiores, gerando surpresa nos consumidores. Uma reportagem da Folha de S. Paulo flagrou preços consideravelmente acima da média em postos da capital paulista.

Em um posto na Rua Bela Cintra, a gasolina estava sendo vendida a quase R$ 8,50. Em outro ponto da cidade, na Avenida Brigadeiro Faria Lima, o combustível é encontrado por R$ 6,99 o litro.

No estado de São Paulo, o preço médio da gasolina subiu a R$ 5,30, segundo levantamentos da Ticket Log e da Triad Research. Até o anúncio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o combustível era vendido, em média, por R$ 5,05.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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