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Gerdau (GGBR4): Balanço levanta questionamentos sobre dividendos extras, diz banco; entenda

09 ago 2023, 18:03 - atualizado em 09 ago 2023, 18:03
Metalúrgica Gerdau
Gerdau: Posição de caixa levanta questionamentos (Imagem: REUTERS/David McNew)

A Gerdau (GGBR4) agradou parte dos analistas com os resultados do segundo trimestre do ano. XP Investimentos classifica os números da temporada como “sólidos”, com destaque para as operações da América do Norte, enquanto o Bradesco BBI avalia que o negócio no Brasil e a divisão de Aços Especiais apresentaram melhores números.

Há, no entanto, quem interpretou o balanço como fraco. É o caso do Goldman Sachs, que tem perspectivas de um terceiro trimestre ainda pior para a companhia.

“Os resultados da Gerdau vieram 43% abaixo do segundo trimestre de 2022, mas ainda 40% acima do que consideramos ‘normalizado’. Por isso, esperamos que o momentum de resultados continue a declinar”, afirma o banco.

As ações da empresa recuaram 4,04% nesta quarta-feira (9), negociadas a R$ 25,86 cada.

Segundo o Goldman Sachs, o terceiro trimestre deve ser afetado pela precificação no Brasil, que permanece sob pressão (aços longos e planos 5-8% abaixo da média do segundo trimestre, com mais riscos de queda à frente). Em contraposição, os custos poderiam parcialmente mitigar o efeito, enquanto os volumes e as margens da América do Norte devem se mostrar relativamente resilientes.

Conversas com investidores sinalizam que o mercado está revisando para baixo as expectativas em relação à Gerdau, levando em consideração volumes de vendas mais fracas e custos ainda elevados, comenta a instituição.

Posição de caixa afetará dividendos?

Um ponto levantado pelo Goldman Sachs é que a geração de fluxo de caixa livre da companhia siderúrgica continua fraca, apesar de uma execução de capex (investimentos) fraca e com maior consumo de capital de giro, mesmo em meio ao declínio dos resultados.

O Bank of America foi outra instituição a citar a posição de caixa atual da Gerdau, levantando questionamentos quanto ao pagamento de dividendos extras pela frente.

“Embora dividendos maiores sigam como uma possibilidade no futuro, destacamos que a posição de caixa da Gerdau caiu para R$ 4,2 bilhões neste trimestre (abaixo do mínimo imposto de R$ 6 bilhões), o que pode levantar algumas dúvidas sobre dividendos extraordinários pela frente”, afirma o banco norte-americano.

Assumindo que a Gerdau pague 30% dos lucros (em linha com a política de dividendos da companhia), o BofA calcula um yield (rendimento) de cerca de 6%, contra expectativa anterior de 9% para o ano. A Gerdau já anunciou, no entanto, aproximadamente 3,6% para o primeiro semestre de 2023.

O BofA tem recomendação de compra para o nome, vendo-o negociando a 3,4 vezes EV/Ebtida para 2023, abaixo do histórico de 6-6,5 vezes. O Goldman Sachs é “neutro” com a tese.

Procurada pelo Money Times, a Gerdau afirmou que não se manifestará sobre o conteúdo desta matéria.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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