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Gerdau (GGBR4): “Chegamos ao limite na busca por competitividade contra o aço chinês”

31 out 2025, 13:41 - atualizado em 31 out 2025, 13:41
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(Imagem: Divulgação/ Gerdau)

O CEO da Gerdau (GGBR4), Gustavo Werneck, não vê a companhia tendo mais “munições” na batalha contra o aço chinês, que invadiu o Brasil — e que vem sendo apontado por analistas como o principal detrator dos resultados da siderúrgica.

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“Chegamos no limite na busca por competitividade no Brasil neste cenário de 30% de entrada de produtos importados”, disse durante a teleconferência de resultados, realizada no inicio da tarde desta sexta-feira (31). “Já reduzimos capacidade e cortamos turnos. Mas chega um momento em que isso não gera mais resultado”.

O executivo voltou a cobrar que o governo aplique mais medidas de defesa comercial. Ele defendeu que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, é o único que pode buscar soluções que acomodem os interesses do país e uma boa relação comercial com a China.

O aço chinês tem inundado o mercado brasileiro por causa de um forte excedente de produção no país e  da desaceleração da demanda doméstica no país asiático. Além disso, a China vem, também, tentando mudar sua matriz econômica, com menos foco, por exemplo, na construção civil.

“No que tange a defesa comercial, acredito que tivemos avanços recentemente. Há 24 meses, quando se falava de defesa comercial, tinhamos visões antagônicas entre clientes e fornecedores. Hoje, todo mundo já percebeu que se nada for feito toda a indústria brasileira irá acabar”, afirmou Werneck.

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Werneck exemplificou que se antes a indústria automotiva defendia a entrada do aço chinês, que beneficiava suas margens, hoje ela também está sendo atacada pela a entrade de carros oriundos do país asiático no mercado brasileiro.

“Se nada for feito, teremos de ver o que faz sentido e repensar rotas de produção. Não sabemos, ainda, até que ponto vamos ter planos de aceleração no Brasil para competir com o aço chinês subsidiado”, disse.

Ele também colocou em xeque novos investimentos no Brasil e afirmou que os bons resultados nos Estados Unidos, que vem protegendo seu mercado de aço, pode levar a mais aportes por lá.

O governo brasileiro já adotou medidas para conter a entrada de aço estrangeiro, como cotas de importação para 23 tipos de produtos, taxas adicionais de até 25% sobre volumes excedentes e a renovação de investigações antidumping contra o aço chinês. Ainda assim, as siderúrgicas consideram as ações insuficientes e pedem medidas mais duras e permanentes.

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Jornalista formado pela Unesp, tem passagens pelo InfoMoney, CNN Brasil e Veja.
vitor.azevedo@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Unesp, tem passagens pelo InfoMoney, CNN Brasil e Veja.

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