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Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5): UBS BB inicia sua cobertura de siderúrgicas; é hora de comprar?

12 mar 2025, 12:52 - atualizado em 12 mar 2025, 12:52
usiminas gerdau
Os analistas do UBS BB deram início à cobertura da Gerdau e da Usiminas (Imagem: REUTERS/Fabian Bimmer)

O UBS BB iniciou a cobertura da Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5), ambas com recomendação inicial neutra pelo banco e preços-alvo de R$ 20 e R$ 7, respectivamente.

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Para a equipe de analistas liderada por Caio Greiner, a diversificação geográfica, base de ativos de primeira linha, portfólio de produtos premium e equipe de gestão experiente da Gerdau a tornam um dos nomes de maior qualidade dentro do setor.

Os analistas pontuam que a companhia conquistou uma posição de “ações nos Estados Unidos” dentro do Ibovespa (IBOV), tendo em vista que cerca de 50% do Ebitda (lucros antes dos juros, tributos, depreciação e amortização) tem exposição à América do Norte, o que a torna um nome mais defensivo.

Apesar da qualidade, a relação tarifas e demanda, além de perspectivas mistas para os aços norte-americanos, acende o alerta dos analistas.

Se por um lado é possível argumentar que a região é altamente protegida, e o protecionismo sob Trump pode avançar, por outro, em um cenário em que as tarifas não são um divisor de águas, o UBS BB continua a ver os fundamentos de oferta e demanda suavizarem e as perspectivas a curto/médio prazo se deteriorarem.

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“A perspectiva de demanda só é boa para 2025, pois prevemos um crescimento de 0,4% (automóvel -4%, construção não residencial +1%, centros de serviços +1%), com a maior parte desse crescimento no final do ano carregado no segundo semestre. Apesar da perspectiva mista, vemos riscos mais inclinados para o lado positivo para os aços dos EUA”, diz o UBS BB.

Os analistas notam ainda que as siderúrgicas no Brasil têm estado sob forte pressão nos últimos dois anos, com aumento da penetração de importações, queda de preços e margens comprimidas para quase as mínimas da década.

A Gerdau vem implementando um programa de corte de custos de R$ 1,5 bilhão, sendo cerca de R$ 1 bilhão somente no Brasil, o que ajudou a elevar as margens de volta a níveis mais normalizados de cerca de 16% durante o segundo semestre de 2024, na avaliação do UBS BB

“No entanto, a perspectiva de oferta e demanda para os aços brasileiros tem se deteriorado na margem (especialmente para longos) na esteira de níveis de importação ainda elevados, adições de capacidade persistentes (especialmente para longos) e desaceleração da atividade econômica”.

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Usiminas

Sobre a Usiminas, os analistas do UBS BB visualizam uma luz no fim do túnel, mas ainda um caminho esburacado a se seguir. Isso porque, nos últimos 15 anos, a empresa vem passando por uma série de eventos significativos, desde mudanças no controle a disputas de acionistas, de incidentes operacionais e fechamento de grandes ativos a uma grande reforma do alto-forno.

“Com a Ternium no comando (uma das melhores operadoras de aço da América Latina), vemos uma luz no fim do túnel para a história, mas a estrada pode ser acidentada. Agora temos mais visibilidade sobre um caminho para que as margens sejam elevadas de volta aos níveis normalizados de aproximadamente 15% (ante 6% hoje), mas ainda deve levar algum tempo”, dizem.

Os analistas pontuam que a Usiminas continua se recuperando da reformulação em seu principal forno, que ocorreu em 2023. O aumento do forno está quase completo, no entanto, a companhia passou por entraves durante esse processo e ainda não foi capaz de elevar suas margens de volta aos níveis normalizados.

“As más condições de mercado e um ambiente operacional desafiador no Brasil dificultaram esse processo. No entanto, vemos a Usiminas elevando suas margens de Ebitda para mais de 10% em 2025, à medida que os recentes aumentos de preços de apartamentos no Brasil fluem gradualmente pelos resultados”, avaliam.

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Em relação ao cenário brasileiro, o UBS BB destaca a forte pressão que as siderúrgicas vem enfrentando no Brasil nos últimos dois anos, com aumento da penetração de importações, queda de preços e margens comprimidas para quase as mínimas da década.

Os fluxos baratos da China continuam a ganhar participação de mercado, e a penetração de importações já está em níveis de cerca de 20%, ante cerca de 10% normalizados.

Os analistas recordam que o governo implementou recentemente um sistema de cotas tarifárias para algumas linhas de produtos, o que não tem sido eficaz. No entanto, destacam que surgiram discussões sobre a substituição do sistema atual por tarifas mais altas.

“Ainda temos pouca visibilidade sobre o resultado, mas argumentaríamos que a Usiminas seria a principal beneficiária de tal decisão dentro de nossa cobertura”, dizem os analistas.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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