Gerdau (GGBR4): O espaço para potenciais dividendos, segundo o Bradesco BBI

A divulgação de um guidance mais conservador da Gerdau (GGBR4) no Dia do Investidor, marcado para esta quarta-feira (1º) em São Paulo, pode ser bem recebida pelo mercado por reforçar a geração de caixa e os potenciais dividendos, disse o Bradesco BBI.
Na visão dos analistas Rafael Barcellos e Renato Chanes, o evento será determinante para calibrar expectativas sobre o perfil de investimentos da companhia nos próximos anos, de acordo com relatório disponibilizado pela Ágora Investimentos.
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O consenso aponta para uma redução no capex em 2026, para a faixa de R$ 4,5 a R$ 5 bilhões, frente aos R$ 6 bilhões projetados para 2025. Apesar disso, os especialistas do BBI veem espaço limitado para cortes adicionais, já que há projetos em andamento que exigem continuidade.
O encontro acontece em meio a uma performance aquém do Ibovespa: no ano, as ações da Gerdau acumulam queda de 8%, enquanto o índice avança 22%.
Entre os principais pontos de atenção estão a evolução da demanda no Brasil — com margens pressionadas pelo excesso de oferta e pela retração do consumo — e a sustentabilidade do bom momento nos Estados Unidos, sustentado por demanda robusta e medidas de defesa comercial.
Além disso, o mercado espera que a companhia detalhe projetos estratégicos, como a planta de tratamento de minério em Minas Gerais, e traga maior clareza sobre a alocação de capital, disse o BBI.
Possíveis mudanças no portfólio também estão no radar, incluindo a visão para o mix de produtos no Brasil, movimentos estratégicos na América Latina e até uma eventual listagem do negócio norte-americano.
BTG vê pouco espaço para queda de GGBR4
Na véspera, o BTG Pactual disse que vê pouco espaço para queda nas ações nos níveis atuais e acredita que os números de 2026 podem levar investidores a revisarem seu pessimismo.
Nas contas do banco, a Gerdau negocia a menos de 4 vezes o Ebitda projetado para 2025, com retorno de fluxo de caixa livre (FCF yield) próximo de 11% em 2026 — patamar considerado atrativo.
Os analistas da instituição destacaram que hoje, a América do Norte já responde por uma fatia relevante do Ebitda da Gerdau, mas, segundo eles, o mercado ainda precifica a empresa como se fosse uma operação puramente brasileira.