Gerdau (GGBR4), Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3): Siderúrgicas esperam nova queda na produção em 2026
As usinas siderúrgicas do Brasil, grupo que conta com nomes fortes como Gerdau (GGBR4), Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3), estimaram nesta terça-feira (16) uma segunda queda consecutiva na produção de aço em 2026 e prevendo o mesmo para as vendas no mercado interno no próximo ano. Os dados foram apresentados pela entidade que representa o setor, a Aço Brasil.
A produção de aço bruto no país deve somar 32,4 milhões de toneladas no próximo ano, uma queda de 2,2% ante o volume estimado para 2025, calculou o Aço Brasil.
Para 2025, a entidade prevê produção de 33,1 milhões de toneladas, abaixo dos 33,6 milhões estimadas anteriormente, com o novo prognóstico representando um declínio também de 2,2% ante 2024.
No acumulado do ano até novembro, a produção de aço bruto somou quase 30,8 milhões de toneladas, uma queda de 1,5% frente ao mesmo período de 2024, em meio à concorrência com material importado (principalmente o aço chinês) e dificuldades para exportações diante da guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos no início de 2025.
O Aço Brasil também previu para 2026 queda nas vendas de aço no mercado interno, da ordem de 1,7%, para 20,8 milhões de toneladas, que deve se seguir a recuo de 0,5% em 2025.
As expectativas foram divulgadas apesar dos prognósticos de queda dos juros no próximo ano, cujo nível de 15% atualmente tem sido citado por vários setores consumidores de aço, como o automotivo, como um entrave para financiamento de vendas de produtos novos.
O Aço Brasil estimou que em 2026 o consumo aparente – métrica que reúne as vendas no mercado interno de produtos feitos no país e importados – deve subir 1%, para 27 milhões de toneladas. Para este ano, a previsão é de crescimento de 2,4% no consumo aparente, a 26,74 milhões de toneladas, indicando o consumo mais intenso de material importado diante da previsão de queda na produção e vendas internas.
A entidade citou dados mostrando que o volume de laminados de aço que entra no país, atualmente, é 168% superior à média das importações entre 2000 e 2019, de 2,2 milhões de toneladas. Esse crescimento levou a participação de importados no mercado interno para 21%, ante o patamar histórico de 9,7%, segundo o Aço Brasil.
A entidade destacou que os níveis elevados de importações de aço têm se mantido a despeito do mecanismo Cota-Tarifa, que abrange 16 produtos siderúrgicos em um universo de 273.
Sobre as tarifas dos EUA contra o Brasil, a entidade reconhece o avanço das negociações e abertura do diálogo com o país.
“O que se pretende até o momento é a renovação do acordo de cotas, que foi fundamental para o Brasil e para os EUA”, disse o presidente-executivo do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes.
“Nosso trabalho junto com o Ministério de Relações Exteriores é que com a melhoria das relações (entre EUA e Brasil) a gente volte a tratar do que seria a renovação do acordo”, disse Lopes.