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Gestoras de recursos recorrem à terceirização em crise de vírus

01 jun 2020, 15:11 - atualizado em 01 jun 2020, 15:11
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Os operadores terceirizados atuam essencialmente como intermediários entre o buy-side (que trabalha para investidores institucionais) e o sell-side (que presta serviços a bancos e corretoras) – na operação de fluxos de negociação (Imagem: B3/Linkedin)

Uma mudança secular na negociação de valores mobiliários acelera a revolução na maneira como algumas empresas de investimento conduzem negócios.

Com traders em casa navegando pelas mais fortes oscilações do mercado da história, mais gestoras de recursos têm recorrido a empresas terceirizadas para comprar e vender ativos financeiros em seu nome.

Agora, funcionários correm risco de adoecer ou perder o acesso regular a mercados de negociação, por isso, durante as quarentenas, o chamado segmento buy-side se volta para um setor em expansão que atrai grandes competidores, como State Street, AllianceBernstein e Wells Fargo.

Com isso, os maiores fornecedores registram aumento das receitas devido ao maior volume de transações e inscrição de novos clientes.

Os operadores terceirizados atuam essencialmente como intermediários entre o buy-side (que trabalha para investidores institucionais) e o sell-side (que presta serviços a bancos e corretoras) – na operação de fluxos de negociação.

Algumas divisões de trading terceirizadas são operadas dentro de grandes empresas de serviços financeiros, como a Jefferies Financial, enquanto outras operam como pequenas firmas independentes.

O chamariz para gestores de ativos: garantir a melhor execução com uma extensa rede de corretoras e tecnologia de alta velocidade, cuja manutenção pode ser cara para fundos menores.

“Vimos pessoas adicionarem nossa equipe de negociação terceirizada apenas para poder dizer que têm sistemas e um esquema em funcionamento, caso seus operadores fiquem doentes com o Covid”, disse Bobby Croswell, responsável por negociação terceirizada nos EUA na Cowen.

A receita de terceirização da empresa mais do que duplicou no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período de 2019.

À medida que a pandemia desencadeia riscos operacionais sem precedentes, gestores de ativos seguem os passos de empresas que se voltaram para esses serviços nos últimos anos para acompanhar novas tecnologias e cortar custos, quando a liquidez se torna cada vez mais fragmentada.

Entre os nomes mais sólidos, a Outset Global diz que a lista de clientes cresceu 45% no ano até abril. A Tora Trading Services informou que as vendas aumentaram 105% nos primeiros três meses do ano em relação ao período anterior, com o maior uso de clientes existentes e novos contratos com outros.

A Tourmaline Partners, empresa de terceirização com sede em Stamford, Connecticut, acaba de conseguir investimento majoritário de uma empresa de private equity que deve ajudar os planos de expansão.

bloomberg@moneytimes.com.br