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Gestoras doaram US$ 1 milhão a republicanos que negaram eleições

13 jan 2021, 16:24 - atualizado em 13 jan 2021, 16:24
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Comitês de ação política da BlackRock, Vanguard, JPMorgan Chase, Fidelity Investments, State Street e Bank of New York Mellon contribuíram para um ou mais republicanos que se opuseram à certificação dos resultados das eleições de 2020 (Imagem: Reuters/Andrew Kelly)

Seis das maiores gestoras de ativos doaram um total de US$ 1,03 milhão para parlamentares republicanos que se opuseram à certificação dos resultados das eleições presidenciais de 2020, segundo um novo estudo.

Comitês de ação política da BlackRock, Vanguard, JPMorgan Chase, Fidelity Investments, State Street e Bank of New York Mellon contribuíram para um ou mais desses parlamentares em ciclos eleitorais desde 2016, segundo análise da Majority Action.

A organização sem fins lucrativos, que defende questões de governança corporativa, pede às empresas que suspendam as contribuições para qualquer parlamentar que se opôs à vitória de Joe Biden no Colégio Eleitoral em 6 de janeiro, depois que partidários do presidente Donald Trump invadiram o Capitólio.

“Queremos que as gestoras de ativos cessem fundamentalmente as doações para aqueles que votaram contra a aceitação dos resultados das eleições”, disse o cofundador da Majority Action, Eli Kasargod-Staub, em entrevista. Ele acrescentou que empresas que optam por suspender qualquer tipo de contribuição para campanhas não adotam uma prática adequada.

Das empresas destacadas no estudo, apenas a State Street se comprometeu publicamente a tomar tal medida. A empresa suspendeu as doações de seu comitê de ação política a republicanos que votaram contra a certificação de Biden, disse a empresa de Boston em comunicado.

“A culpabilidade por este desafio insustentável à nossa Constituição e aos valores americanos vai além dos criminosos que atacaram nosso Capitólio e recai sobre vários de nossos líderes eleitos que, na verdade, perpetuaram as mentiras e inverdades sobre o resultado da eleição presidencial de 2020”, disse a State Street em comunicado no site da empresa.

BlackRock e JPMorgan suspenderam todas as contribuições por meio de seus comitês, sem focar em congressistas que perpetuaram as falsas alegações de fraude eleitoral.

Empresas dos EUA enfrentam pressão crescente para responder à violência da semana passada, quando rebeldes ocuparam o Capitólio depois que Trump os incitou com alegações de que a eleição foi roubada (Imagem: REUTERS/Erin Scott)

Empresas dos EUA enfrentam pressão crescente para responder à violência da semana passada, quando rebeldes ocuparam o Capitólio depois que Trump os incitou com alegações de que a eleição foi roubada. Empresas como AT&T, General Electric e Marriott International disseram que irão suspender contribuições para parlamentares que se posicionaram contra a certificação.

Dos 147 congressistas que se opuseram à certificação dos resultados das eleições, a Majority Action descobriu que 59 receberam doações de pelo menos uma das seis gestoras de ativos desde o ciclo eleitoral de 2016.

O JPMorgan, que tem uma unidade de gestão de ativos e é o maior banco dos Estados Unidos, contribuiu com US$ 308,5 mil para 42 dos republicanos contra a certificação nesse período. A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, contribuiu com US$ 85 mil para 15 parlamentares que se opuseram, de acordo com a Majority Action. A empresa administrava US$ 7,8 trilhões no final de setembro.

O porta-voz da Fidelity, Vin Loporchio, disse que a empresa “avalia constantemente” as doações por meio de seu comitê. Um representante da Vanguard disse que a empresa fez uma pausa nas atividades de seu comitê em dezembro. Em memorando para a equipe anunciando a decisão de suspender todas as doações do comitê de ação política, a BlackRock disse que a gestora e outras empresas “têm um papel importante a desempenhar no apoio ao nosso sistema democrático”.

O JPMorgan e o BNY Mellon não quiseram comentar.

bloomberg@moneytimes.com.br