Economia

Gestores de títulos como Pimco veem fim da era de inflação baixa

22 ago 2022, 17:17 - atualizado em 22 ago 2022, 17:17
Fundos de Investimentos
Durante o período de expansão da globalização, matérias-primas baratas e baixos custos trabalhistas ajudaram a manter a inflação  (Imagem: Pixabay)

Alguns dos maiores investidores em títulos do mundo dizem que o mercado está errado em esperar que os bancos centrais conseguirão uma vitória de longo prazo na guerra contra a inflação.

Há pouca dúvida de que os aumentos de juros nos EUA e Europa esfriarão as altas de preços ao consumidor em ritmo mais rápido em décadas, desacelerando o crescimento econômico ou desencadeando recessões.

Mas o recuo da inflação de seu pico não deve marcar um retorno à estabilidade de preços do passado recente por causa de mudanças drásticas na economia mundial, de acordo com um amplo grupo de investidores e estrategistas de gestoras como Pimco, Capital Group e Union Investment.

Durante o período de expansão da globalização, matérias-primas baratas e baixos custos trabalhistas ajudaram a manter a inflação sob controle.

Agora, isso começa a se reverter. Os preços do petróleo e do gás natural estão elevados à medida que nações rompem laços com a Rússia por causa da guerra na Ucrânia.

As empresas avaliam tensões políticas enquanto reconstroem cadeias de suprimentos desgastadas. E mercados de trabalho apertados dão aos trabalhadores o poder de pressionar por salários mais altos.

Isso faz com que gestores que administram trilhões de dólares se preparem para que a inflação se mantenha bem acima do nível de aproximadamente 2% almejado pelos principais bancos centrais.

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Durante o período de expansão da globalização, matérias-primas baratas e baixos custos trabalhistas ajudaram a manter a inflação sob controle (Imagem: Adobe Stock/Montagem: Giovanna Figueredo)

Para se proteger desse risco, eles compram títulos indexados à inflação, aumentam sua exposição a commodities e elevam suas posições de caixa em vez de investir diretamente em títulos, apostando que os aumentos de preços ao consumidor não voltarão rapidamente aos níveis vistos nas últimas décadas.

“Os últimos vinte anos de grande moderação – isso ficou totalmente para trás”, disse Tiffany Wilding, economista da Pimco, que tem cerca de US$ 1,8 trilhão sob gestão.

Ela antecipa um período de inflação altamente volátil à medida que o mundo se ajusta a mudanças que “levarão a custos de insumos em geral a subir, o que deve resultar em um ajuste dos níveis de preços de vários anos”.

As opiniões de grandes gestores de títulos contrastam com a especulação de que as pressões sobre os preços vão diminuir tanto que o Federal Reserve pode começar a cortar juros no próximo ano para impulsionar o crescimento econômico.

Embora o rendimento dos títulos do Tesouro americano de 10 anos tenha subido recentemente para pouco mais de 3%, ainda está quase meio ponto percentual abaixo do pico de meados de junho.

E um indicador do mercado de títulos para as expectativas de inflação dos EUA nos próximos dois anos caiu quase pela metade desde março para cerca de 2,7%, não muito acima do aumento médio de 1,9% em um indicador de preços nos 20 anos anteriores à pandemia.

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