Gestores mantêm projeção de Ibovespa acima de 140 mil pontos e esperam corte na Selic ainda neste ano, diz BofA

Os gestores começaram o segundo semestre de 2025 mais otimistas, de acordo com a pesquisa mensal do Bank of America (BofA) divulgada na última terça-feira (15).
Agora, 83% dos gestores de fundos da América Latina veem o Ibovespa (IBOV) acima dos 140 mil pontos em dezembro deste ano, contra 66% no mês passado.
“A convicção com o Ibovespa permanece alta”, afirmaram os estrategistas David Beker, Carlos Payrelonge, Mateus Conceição e Paula Soto, em relatório.
Os gestores entrevistados pelo BofA também preveem que o Brasil superará o México em alocação nos próximos seis meses.
Essa visão positiva é sustentada pela proximidade das eleições presidenciais de 2026. Cerca de 57% dos entrevistados acreditam que os investidores adicionaram posições já no quarto trimestre deste ano, enquanto aproximadamente 18% espera que as alocações sejam feitas somente no primeiro trimestre de 2026.
Na pesquisa anterior, quase 30% dos gestores mostraram a intenção de adicionar posições, de olho nas eleições a partir do ano que vem.
Há também a expectativa de que o Banco Central brasileiro inicie cortes na taxa básica de juros, a Selic, ainda neste ano. Em geral, os gestores têm um consenso de que não haverá novos aumentos nos juros até dezembro. 43% veem que o primeiro corte na Selic até o final de 2025.
Essa visão também é compartilhada pelos estrategistas do BofA, que projetam uma redução de 0,5 ponto percentual na Selic em dezembro. A Selic está em 15% ao ano e com a previsão do banco, a taxa deve encerrar 2025 em 14,50% ao ano.
A retomada do fortalecimento do dólar e as taxas de juros mais altas nos Estados Unidos seguem considerados os maiores riscos para as bolsas latino-americanas, incluindo o Brasil. Os entrevistados pelo BofA projetam o dólar a R$ 5,45, em média, no final de 2025 — abaixo de R$ 5,65 projetado pelos analistas consultados pelo Banco Central no Relatório Focus da última segunda-feira (14).
A pesquisa foi realizada antes do anúncio da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros à importação nos Estados Unidos e contou com a participação de 30 gestores que detêm juntos aproximadamente US$ 63 bilhões sob gestão.
Setores com mais alocação na bolsa
A alocação setorial mostra que os investidores ainda estão mais overweight (exposição acima da média) em utilities (Serviços Públicos), consumo discricionários e setor financeiro — com posições semelhantes a da pesquisa mensal anterior. Materiais continuou sendo os setor mais underweight (exposição abaixo da média).
“Beta alto e alta qualidade são agora as estratégias preferidas entre os participantes”, diz o BofA em relatório elaborado por Carlos Peyrelongue, David Beker, Mateus Conceição e Paula Soto.
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