Gestores mantêm projeção de Ibovespa acima de 170 mil pontos de olho em eleições e corte na Selic, diz BofA
Os gestores encerram o ano de 2025 otimistas com o desempenho da bolsa brasileira e o cenário macroeconômico de 2026, de acordo com a pesquisa mensal do Bank of America (BofA) divulgada nesta terça-feira (16).
Agora, 61% dos gestores de fundos da América Latina veem o Ibovespa (IBOV) acima dos 170 mil pontos em dezembro do próximo ano. Outros quase 20% projetam o índice acima dos 190 mil pontos no final de 2026.
O gatilho principal para o eventual desempenho recorde é o cenário eleitoral. “As eleições são vistas como o principal vetor para as ações brasileiras daqui para frente”, diz a pesquisa.
Os gestores ainda destacam que as “condições globais” são o ‘fator-chave’ por trás do desempenho superior do Ibovespa neste ano. Até agora, o principal índice da bolsa brasileira acumula valorização de quase 33% no acumulado desde janeiro.
A expectativa também é de dólar mais fraco. Quase 40% dos entrevistados pelo BofA veem a moeda norte-americana cotada na faixa de R$ 5,10 e R$ 5,40 no final de 2026. Na pesquisa anterior, essa projeção era compartilhada por cerca de 33% dos gestores.
Selic: corte vem em janeiro ou em março?
O início do ciclo de cortes na taxa básica de juros, a Selic, segue sem consenso entre os gestores.
De acordo com a pesquisa do BofA, metade dos participantes esperam a primeira redução na Selic em janeiro de 2026, enquanto a outra metade projeta um alívio monetário apenas em março.
O destaque é o crescimento da aposta de corte na Selic apenas na segunda reunião do Comitê de Política Monetária (Copom): agora, cerca de 45% dos participantes projetam o início da flexibilização pelo Banco Central em março, enquanto essa visão era compartilhada por cerca de 25% dos gestores na pesquisa anterior, em novembro.
Além disso, quase 30% dos gestores veem os juros entre 13% a 13,25% no final de 2026.
A equipe macroeconômica do banco espera o primeiro corte na Selic em janeiro, com a expectativa de Selic a 11,25% ao ano em dezembro.
Setores com mais alocação na bolsa
A pesquisa ainda mostrou que a estratégia preferida dos gestores migrou de growth (crescimento) para alta qualidade e value (valor), com rotação para fora de consumo discricionário.
Utilities seguem como o setor com mais alocação. O financeiro aparece em segundo lugar.
“A tomada de risco segue acima das médias históricas, enquanto a proteção permanece baixa”, diz o BofA em relatório elaborado por Anna Clara Malheiros, Carlos Peyrelongue, David Beker, Mateus Conceição e Paula Soto.
- VEJA MAIS: Quer saber onde investir? Programa Money Picks mostra quais são as principais recomendações da semana de diferentes casas de análise, bancos e corretoras