Arena do Pavini

Gestores veem ganhos em EZTec, B3, Tupy, Duratex e Equatorial

24 maio 2017, 11:09 - atualizado em 05 nov 2017, 14:02

B3

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Por Ângelo Pavini, da Arena do Pavini

Gestores de valor, que buscam oportunidades em empresas sólidas esquecidas pelo mercado, citam como opções de investimento a construtora EZTec, a fabricante de madeiras e metais sanitários Duratex, a bolsa B3, a fabricante de autopeças Tupy e a empresa de energia Equatorial. As análises foram feitas na 10 Congresso Value Investing Brasil.

A gestora Equitas Investimentos destaca em seus investimentos a EZTec e a Tupy. Segundo o sócio da gestora, Luís Felipe Amaral, no caso da EZTec, a empresa e do tipo que faz poucas coisas, mas faz bem, lembrando que ela não se alavancou tanto para crescer, como as concorrentes que abriram capital, e não se arriscou fora de sua base de atuação, também evitando outros tropeços do setor.

O gestor estima que muitos empreendimentos da companhia estão subavaliados. E seu valor de líquidacao, ou seja, se a empresa fosse liquidadas hoje, quanto sobraria para os acionistas, ainda está 10% a 15% acima do valor de mercado da companhia.

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Outra empresa citada por Amaral e a fabricante de blocos e cabeçotes de motores a diesel Tupy. Segundo ele, a companhia tem uma barreira de entrada, que é o fato de a empresa trabalhar no desenvolvimento dos projetos junto com o comprador. “São projetos de dois anos de desenvolvimento que criam uma parceria que torna custoso trocar de fornecedor”, explica

Além disso, a empresa tem 80% de sua produção no exterior, especialmente no México para exportação para os EUA. “A empresa tem 25% do mercado mundial e uma vantagem dada pela tecnologia de utilizar peças de alumínio”, diz. A expectativa do gestor é um retorno de 23% em três anos. O risco, reconhece Amaral, e o desenvolvimento de motores elétricos ou com outras tecnologias, que dispensam cabeçotes.

A B3, nova bolsa de futuros, valores e renda fixa criada após a fusão da BM&FBovespa com a Cetip é o papel de destaque da Verde Asset Management. Segundo Pedro Franco Sales, o principal atrativo da empresa é a barreira de entrada, que impede a concorrência no setor. “A rentabilidade boa só se perpetua se tiver uma barreira de entrada boa, e no caso da B3, a barreira é gigantesca”, diz o gestor.

Segundo ele, já foram testados em outros países modelos com várias bolsas de valores. “Mas mais de uma bolsa para um mesmo ativo cria problemas”, afirma, citando o livro “Flashboys”, que conta a história de um grupo de fundos que montou um sistema de comunicação direta com as bolsas para saber o que os outros investidores estavam comprando e vendendo e operando antes. “Houve um movimento de front-running (descobrir e fechar uma operação que o concorrente queria fazer) desse grupo de fundos que tirou proveito dos demais pois sabia antes e comprava ou vendia antes o papel que os outros queriam”, diz.

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Segundo Sales, os investidores brasileiras preferem operar em uma bolsa só. “E não é um monopólio do ponto de vista regulatório, pois o mercado prefere que seja assim, pois a conclusão é que bom para o mercado”, afirma. Além disso, a rentabilidade da empresa é boa, com barreiras de entrada que crescem bastante. “Nossa estimativa é de que a quantidade de dinheiro no país cresceu 15% ao ano nos últimos 15 anos e deve continuar crescendo 10% ao ano nos próximos, e isso vai aumentar a quantidade de dinheiro no mercado financeiro”, explica. Ao mesmo tempo, a bolsa não cresceu nesses anos todos e o valor de mercado das empresas agora tende a seguir o crescimento da economia, ou seja, do PIB. “Esperamos uma avenida larga de crescimento em 10, 15 anos, em um negócio em que a B3 está sozinha”.

Sem concorrência, a nova bolsa não precisará investir muito mais para crescer e poderá distribuir mais lucros para os investidores. “Vemos a bolsa distribuindo quase 100% do lucro e com um retorno equivalente a 16% ao ano na ação”, diz. Sobre a possibilidade da criação de concorrentes pelas novas tecnologias disruptivas, como as que permitem investir em ações pela internet diretamente nas empresas, Sales acredita que esses modelos ainda são muito novos e ainda vão ter de passar pelo crivo dos reguladores. E devem demorar bastante para concorrer com a B3.

Outro papel que Sales destaca é Equatorial Energia, que por sua forma de correção da tarifa, que leva em conta o aumento do risco-Brasil, está protegida de uma piora da economia brasileira. Ao mesmo tempo, é um papel defensivo pois o consumo de energia não cai muito mesmo em momentos de recessão. A Equatorial é uma das empresas citadas para enfrentar a crise atual provocada pela incerteza política.

As ações da Duratex são o destaque de Paulo Weickert, da Apex Capital. Ele lembra que a companhia é negociada hoje por um múltiplo de oito vezes o lucro, e opera com apenas 55% da capacidade instalada, o que lhe permitirá ampliar a produção rapidamente e sem investimentos. A empresa é a maior do mercado de laminados de madeira, e tem grande parte do mercado de metais sanitários. “Em um prazo de 3 a 4 anos as margens podem voltar aos patamares de antes da crise e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve dobrar nesse prazo”, diz. Segundo Weickert, a Duratex é uma das empresas do grupo que está depreciado na bolsa, com capacidade de crescimento sem investimentos e alta rentabilidade.

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