Política

Gilmar Mendes decide que só PGR pode pedir impeachment de ministro do STF; Alcolumbre reage

03 dez 2025, 18:04 - atualizado em 03 dez 2025, 18:04
Gilmar Mendes
(Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar determinando que apenas o procurador-geral da República pode pedir a abertura de um processo de impeachment contra ministros da corte, informou o tribunal nesta quarta-feira, provocando dura manifestação do presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União-AP).

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Na decisão, Mendes, o decano do Supremo, entendeu que trechos da Lei do Impeachment, de 1950, que tratam do impedimento de ministros da corte não estão de acordo com a Constituição de 1988. Também destacou que o instrumento de impeachment de ministros do STF não pode ser usado para tentar intimidar magistrados.

“O impeachment infundado de ministros da Suprema Corte, portanto, se insere nesse contexto de enfraquecimento do Estado de Direito. Ao atacar a figura de um juiz da mais alta corte do país, o ponto de se buscar sua destituição, não se está apenas questionando a imparcialidade ou a conduta do magistrado, mas também minando a confiança pública nas próprias instituições que garantem a separação de Poderes e a limitação do poder”, escreveu.

Tomada em caráter monocrático — e ainda pendente de análise do plenário da corte — a decisão provocou reações no Senado, onde estão parados dezenas de pedidos de impeachment contra diversos ministros do STF.

Em pronunciamento do plenário do Senado em reação à decisão, o presidente do Congresso afirmou que “eventuais abusos” no uso do instrumento do impeachment não podem levar a sua anulação, ainda mais por meio de uma decisão judicial.

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“Somente uma alteração legislativa seria capaz de rever conceitos puramente legais, sob pena de grave ofensa constitucional à separação dos Poderes”, disse Alcolumbre, que também defendeu a necessidade de revisão das regras para a tomada de decisões monocráticas por parte de tribunais superiores.

“Não é razoável que uma lei votada em duas Casas legislativas e sancionada pelo presidente da República seja revista pela decisão de um único ministro do STF”, afirmou o senador.

Integrantes da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara e no Senado, que têm se articulado com foco na eleição de senadores no pleito do ano que vem para pressionar ministros do Supremo, também reagiram e criticaram a decisão de Mendes.

No entendimento da oposição, alguns ministros têm extrapolado suas funções e restringido a liberdade no país.

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Um dos principais alvos dos pedidos de impeachment já apresentados é o ministro Alexandre de Moraes, relator dos casos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro na corte. Os ministros Flávio Dino e o próprio Mendes, entre outros, também são objeto de pedidos de impedimento. A maioria dessas solicitações partiu de cidadãos comuns, mas há também alguns movidos por senadores bolsonaristas.

Além de decidir que somente o procurador-geral da República pode pedir o impedimento de um ministro do STF, a decisão de Mendes também entende que o quórum de maioria simples para abrir um processo de impeachment contra um juiz da corte é inconstitucional, e determinou necessidade de dois terços dos votos dos 81 senadores para abertura do processo.

O decano proferiu a decisão no âmbito de duas Arguições de Descumprimento de Preceitos Fundamentais (ADPFs) movidas pelo partido Solidariedade e pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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