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Gol (GOLL4) dispara até 44% com aprovação de plano na Justiça dos EUA; analistas veem ‘virada operacional’

21 maio 2025, 12:14 - atualizado em 21 maio 2025, 17:34
Gol
Ações da Gol reagem positivamente pelo segundo dia à aprovação de plano de recuperação na Justiça dos EUA (Imagem: iStock/Fabricio Rezende)

As ações da Gol (GOLL4) engataram mais uma disparada no pregão desta quarta-feira (21), repercutindo a aprovação do plano de reestruturação da aérea para deixar o Chapter 11 (recuperação judicial nos Estados Unidos) pela Justiça dos EUA, anunciada na véspera.

No início da tarde, as ações chegaram a disparar 44,12%, a R$ 1,47, na B3, após leilões por oscilação máxima permitida. GOLL4 encerrou a sessão com alta de 35,29%, a R$ 1,38. Acompanhe o tempo real.



Após a saída, a companhia afirma que terá uma forte posição de liquidez de aproximadamente US$ 900 milhões e alavancagem significativamente reduzida, de 5,4 vezes, além de uma alavancagem líquida projetada de 2,9 vezes ao final de 2027.

Vale lembrar que a alavancagem é medida pela relação dívida líquida sobre o lucro antes dos juros, tributos, depreciação e amortização (Ebitda). Quanto mais elevado o número, maior é o risco financeiro.

“Ao longo do processo de Chapter 11 nos Estados Unidos, a Gol avançou significativamente na melhoria de sua posição competitiva, fundamentos financeiros e desempenho operacional”, diz o documento.

A empresa mantém a expectativa de sair do processo em junho deste ano.

Na visão da Genial Investimentos, a aprovação do plano representa um marco importante para a virada operacional da Gol.

“A reestruturação melhora o balanço e reduz incertezas, mas a execução do plano depende da retomada da demanda e da disciplina financeira. A redução de alavancagem para 2,9x até 2027 e a recomposição da frota são pontos-chave para reconquistar a confiança do mercado”, dizem os analistas.

Chapter 11 da Gol

A Gol entrou com a recuperação judicial nos Estados Unidos em janeiro de 2024, visando fôlego para reestruturas suas dívidas e consolidar uma estratégia de reestruturação da companhia.

O setor aéreo é exposto a desafios como o petróleo, com o impacto no preço do querosene de aviação, o que joga para cima os custos com o combustível nos balanços das aéreas.

Há ainda a pressão do câmbio. A flutuação cambial encarece o leasing de aviões, além do combustível e outros custos dolarizados.

A expectativa da Gol é de, um ano e meio após o início do processo, chegar ao fim dele. Neste sentido, a companhia aponta como os principais marcos do processo:

  • garantiu US$ 1 bilhão em financiamento debtor-in-possession (DIP), reforçando a liquidez e viabilizando reinvestir na frota;
  • negociação de pacotes de concessões no valor total de US$ 1,1 bilhão com arrendadores cobrindo todas as aeronaves da frota da Gol;
  • obtenção de apoio de bancos brasileiros, incluindo a reestruturação de aproximadamente US$ 150 milhões em debêntures locais e acesso a aproximadamente US$ 340 milhões em factoring de recebíveis;
  • identificação e início da implementação de um programa de melhoria de resultados anual de US$ 181 milhões;
  • negociação de um Acordo de Suporte ao Plano com a Abra e o Comitê de Credores Quirografários para desalavancar a Gol por meio da redução de até aproximadamente US$ 1,6 bilhão de dívida financeira contraída antes do início do processo e até US$ 0,8 bilhão de outras obrigações;
  • finalização de acordo com as autoridades governamentais brasileiras para reduzir impostos governamentais não pagos, contingências e outros passivos em aproximadamente US$ 750 milhões e gerar aproximadamente US$ 184 milhões de liquidez até 2029;
  • acordo com a Boeing sobre modificações nos contratos de compra para fornecer US$ 262 milhões em concessões e liquidez incremental até 2029 e mais de US$ 0,7 bilhão no total de concessões; e
  • US$ 1,9 bilhão em financiamento de saída.

“A Gol está agora focada em concluir as etapas finais necessárias para concluir sua saída do processo do Chapter 11, incluindo a realização de sua assembleia-geral para aprovar o aumento de capital previsto no Plano, que ocorrerá em 30 de maio de 2025”, diz a companhia.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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