Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4): Custos explodem e levam ações para o pior momento desde era Dilma; o que fazer?

As ações da Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) voltaram a cair na sessão desta segunda-feira em meio ao pessimismo que tomou conta das bolsas mundo afora.

Os papéis da Gol desabaram 11,79%, a R$ 7,48. No ano, a queda é de 63%. É a pior cotação desde 2016, quando o papel bateu na casa do R$ 1.

No caso da Azul, é o pior patamar desde o IPO, em 2017.

Segundo Filipe Fradinho, da Vitreo, o que está “aterrorizando os mercados” são os aumentos dos custos.

Ele lembra que querosene é cotado em dólar. Desde 30 de maio, a moeda disparou 13%.

Já o querosene subiu, em 2021, 92% e 71% no acumulado desse ano, segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR).

Ainda de acordo com a entidade, os lucros das empresas aéreas devem demorar para voltar por conta dessa pressão de custos.

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No Brasil, o querosene corresponde em média a 40% dos custos totais das companhias aéreas – e isso reflete no preço das passagens aéreas.

“Mais uma vez o reajuste mensal no preço do QAV comprova os desafios que as empresas enfrentam diariamente com a escalada dos custos estruturais. É importante que haja uma política pública para reduzir o preço do combustível”, afirma o presidente da ABEAR, Eduardo Sanovicz.

Vale lembrar que o preço das passagens aéreas acumula alta de 123,26% em 12 meses, de acordo da prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA-15) de junho. Só no mês passado, a alta foi de 11,36%.

Na avaliação de Regis Chinchila, da Terra Investimentos, os custos e repasse de preços continuam preocupando os investidores, já que o setor de aviação possui variáveis com risco alto e neste momento a pressão continua sendo de venda.

Já o Morgan Stanley vê espaço limitado para aumento de tarifas.

“As companhias aéreas brasileiras conseguiram repassar “uma porcentagem elevada” de preços mais altos de combustível e pressão inflacionária, mas os últimos relatórios mensais mostram que os yields mais altos prejudicaram o load factor”, afirmam analistas liderados por Josh Milberg.

O banco derrubou o preço-alvo da Gol de US$ 5,60 para US$ 2,90 e da Azul de US$ 10,30 para US$ 5,60.

Para Fradinho, não é momento de comprar ações de aéreas. “São muito sensíveis. Qualquer recessão, dólar vai para cima e as pessoas viagem menos. Qualquer surto de covid também derruba a demanda”, argumenta.

Mais cedo, a Gol divulgou nota afirmando que vê prejuízo por ação de aproximadamente R$ 1,80 no segundo trimestre, com margem Ebitda estimada em aproximadamente 10%, segundo dados preliminares e não auditados.

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