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Gol (GOLL4): Os motivos que explicam o tombo das ações nesta terça (15)

15 ago 2023, 12:28 - atualizado em 15 ago 2023, 12:28
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Gol derrapa na Bolsa e puxa Azul junto (Imagem: Marcio Juliboni/Money Times)

As ações da Gol (GOLL4) derrapam nesta terça-feira (15), liderando as quedas do Ibovespa e levando junto os papéis da Azul (AZUL4).

A Gol recuava 14,96% na Bolsa perto das 12h20, negociada a R$ 7,96, após o conselho de administração da companhia aérea aprovar a emissão de bônus de subscrição. Enquanto isso, a Azul (AZUL4) perdia 7,01%, com a ação cotada a R$ 15,78.

Em março, a Gol aprovou a conversão de US$ 1,4 bilhão em Senior Secured Notes subscritas pelo Grupo Abra em Exchangeable Senior Secure Notes (ESSN). A empresa anunciou a emissão de até 1,891 bilhão de bônus de subscrição ao preço de R$ 5,84 por ação, dando aos acionistas o prazo de até 26 de setembro para exercer o direito.

Os bônus podem ser convertidos em ações da Gol ao preço unitário de R$ 5,84 a qualquer momento até 2 de março de 2028. Para cada ação GOLL4, o acionista terá direito ao exercício de 4,52 ações preferenciais.

O acionista controlador também está transferindo, sem custos, 991,951 milhões de bônus de subscrição para a Gol Equity Finance, que é referenciada nas ESSNs.

Por que a notícia não agrada o mercado?

Segundo a Genial Investimentos, apesar de a operação estar sendo realizada para viabilizar a operação de dívida permutável anunciada no início do ano, o efeito de diluição faz com que o processo seja negativo.

Enquanto isso, o Bradesco BBI, que chama atenção para a “diluição massiva de capital”, acredita que os acionistas minoritários da companhia não vão aderir ao aumento de capital,

“A ação está sendo negociada a R$ 9,36/GOLL4, 20% abaixo do custo caixa total de R$ 11,66/GOLL4 para exercer o bônus de subscrição a R$ 5,84/ação e depois convertê-lo em patrimônio por R$ 5,82/ação”, destacam os analistas Victor Mizusaki, do BBI, e Wellington Lourenço e Larissa Monte, da Ágora Investimentos, em relatório.

Por outro lado, o acionista controlador da Gol converterá a ESSN em capital, o que aumentará sua participação para 86,3%, de 53,9% do valor econômico total, completa o time de análise.

Com base no preço de fechamento de ontem, de R$ 9,36, o BBI espera que o preço das ações caia 26% para incorporar a diluição.

A recomendação do BBI é neutra para os papéis da Gol, com preço-alvo de R$ 14.

Além da reação negativa já esperada pelos analistas com a emissão dos bônus de subscrição, as ações ganharam pressão extra com o corte de recomendação do Citi. A instituição rebaixou os ADRs (American Depositary Receipts) da empresa para “neutra/alto risco”, com novo preço-alvo de US$ 4,20, ante US$ 7,75.

Para completar, a Gol sente o efeito da alta do dólar nesta terça.

Procurada pelo Money Times, a empresa não se manifestou até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para seu posicionamento.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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