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Gol (GOLL54): Com ação a menos de um centavo, B3 cobra plano para empresa se reenquadrar

23 set 2025, 14:37 - atualizado em 23 set 2025, 14:37
Gol
(Imagem: Divulgação/Gol)

As ações da Gol vivem uma situação atípica na B3 desde junho, quando passaram a ser negociadas em lotes de 1.000 unidades — e com o ticker GOLL54 no lugar do tradicional GOLL4. Isso significa que, na tela, o preço parece estar na casa dos R$ 5, mas, na prática, cada ação vale menos de um centavo.

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A mudança na forma de negociação dos papéis da empresa aérea na bolsa foi resultado direto de um plano de capitalização que envolveu a emissão de trilhões de ações com valores simbólicos.

Com isso, a companhia aérea passou à condição de penny stock — categoria reservada a ações que valem menos de R$ 1. A B3 confirmou ao Money Times que, apesar do preço aparente, o valor unitário dos papéis da Gol descumpre a regra mínima de cotação, o que exige providências por parte da empresa.



Entre as normas, a B3 estabelece que os emissores de ações devem manter a cotação em valor igual ou superior a R$ 1. Quando os papéis caem abaixo desse patamar, as empresas precisam apresentar um plano de reenquadramento — o que deve ocorrer em breve com a Gol.

A B3 informou à reportagem que já notificou a companhia pelo descumprimento da regra, uma vez que a cotação de fechamento esteve abaixo de R$ 1,00 por 30 pregões consecutivos.

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“Em breve, [a Gol] deverá divulgar ao mercado os procedimentos e cronograma que serão adotados para reenquadrar a cotação de suas ações ao patamar mínimo exigido”, disse a B3.

Procurada, a Gol afirmou que não irá comentar.

Free float da Gol (GOLL54) também está fora da regra

Há ainda uma questão pendente sobre o total de ações em livre circulação da Gol, o chamado free float. A B3 prevê uma regra de free float mínimo, no entanto, o resultado da capitalização da companhia aérea a deixou longe desse patamar.

Para recapitular: a Gol teve baixa adesão ao processo de aumento de capital, conduzido como parte do plano de reestruturação financeira. Praticamente não houve participação dos acionistas minoritários na oferta — houve a compra de apenas 0,76% das ações preferenciais disponíveis.

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Desta forma, a companhia levantou apenas R$ 73,2 milhões dos investidores, montante muito aquém dos mais de R$ 12 bilhões previstos na operação.

A maioria da subscrição ficou a cargo da Gol Investment Brasil, veículo de investimentos ligado ao grupo controlador e credores da companhia. A entidade passou a deter 99,97% das ações ordinárias e 99,21% das preferenciais, concentrando o capital da aérea em um único grupo.

O aumento de capital fez parte do plano submetido à Justiça dos Estados Unidos, dentro do processo de recuperação judicial sob o Chapter 11. A operação previa a emissão de mais de 9 trilhões de ações, com valores simbólicos de R$ 0,00028 por ação ordinária e R$ 0,01 por preferencial.

Conforme divulgado pela Gol em 22 de julho deste ano, a B3 concedeu em caráter extraordinário o prazo para reenquadramento ao percentual mínimo de ações em circulação até 18 de janeiro de 2027.

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Na tarde desta terça-feira, os papéis GOLL54 operavam em alta de 1,87%, a R$ 5,97. Ou seja, cada ação da companhia aérea valia R$ 0,0057.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas, com foco em varejo e setor aéreo.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas, com foco em varejo e setor aéreo.
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