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Gol (GOLL54): Companhia anuncia aumento de capital e ação derrete mais de 35%; o que aconteceu?

17 jul 2025, 15:15 - atualizado em 17 jul 2025, 15:23
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A companhia levantou apenas R$ 73,2 milhões dos investidores, montante muito aquém dos mais de R$ 12 bilhões previstos na operação. (Imagem: Facebook/ Gol)

As ações preferenciais da Gol (GOLL54) derretem 35,42% nesta quinta-feira (17), cotadas a R$ 6,09, após a companhia aérea informar ao mercado que houve baixa adesão ao processo de aumento de capital conduzido no âmbito de seu plano de reestruturação financeira.



Em comunicado, a empresa revelou que praticamente não houve participação dos acionistas minoritários na oferta: não foi subscrito nenhum lote de ações ordinárias, enquanto apenas 0,76% das ações preferenciais disponíveis foram adquiridas.

Com isso, a companhia levantou apenas R$ 73,2 milhões dos investidores, montante muito aquém dos mais de R$ 12 bilhões previstos na operação.

A maior parte da subscrição ficou a cargo da Gol Investment Brasil, veículo de investimentos ligado ao grupo controlador e credores da companhia. A entidade passou a deter 99,97% das ações ordinárias e 99,21% das preferenciais, concentrando ainda mais o capital da aérea em um único grupo.

O aumento de capital foi aprovado em junho, como parte do plano de reorganização submetido à Justiça dos Estados Unidos, onde a Gol tramita seu processo de recuperação judicial sob o Chapter 11. A operação previa a emissão de mais de 9 bilhões de ações, com valores simbólicos de R$ 0,00028 por ação ordinária e R$ 0,01 por preferencial.

Para Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, a forte reação negativa do mercado evidencia a falta de apetite dos investidores por ativos de risco elevado e sinaliza desconfiança com a execução do plano de reestruturação da companhia aérea.

“O resultado da oferta mostra que o investidor preferiu não se expor a uma empresa que ainda enfrenta muitas incertezas, especialmente operacionais e financeiras. A baixa adesão revela que o mercado não está disposto a aportar capital novo sem maior visibilidade sobre a recuperação da Gol”, afirma.

Segundo Cruz, o fato de praticamente todo o valor ter sido aportado pelo veículo do controlador reforça a impressão de que a empresa permanece dependente de recursos internos e de negociações privadas, sem apoio amplo do mercado de capitais.

“O aumento de capital teve caráter quase simbólico do ponto de vista de mercado. O investidor institucional ficou de fora, o que levanta dúvidas não apenas sobre a governança, mas também sobre a liquidez futura das ações”, completa.

Para o estrategista, os próximos passos da companhia — como a eventual recomposição do free float — serão cruciais para evitar um rebaixamento de classificação nos segmentos da B3 e tentar recuperar a confiança de investidores institucionais.

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Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
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