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Gol queimou faturamento de passagens com custos maiores em meio à pandemia, aponta analista

01 ago 2021, 15:33 - atualizado em 01 ago 2021, 15:33
GOLL4 Gol Linhas Aéreas
A receita mais do que dobrou em comparação com o mesmo período do ano passado, mas permaneceu 67% abaixo dos níveis pré-pandemia (Imagem: Reuters/Diego Vara)

Os resultados da Gol (GOLL4) do segundo trimestre mostram que as aéreas terão um longo caminho a percorrer para se recuperarem da crise provocada pela pandemia da Covid.

A companhia reportou lucro de R$ 643 milhões no segundo trimestre.

A receita mais do que dobrou em comparação com o mesmo período do ano passado, mas permaneceu 67% abaixo dos níveis pré-pandemia.

Em relatório, o Safra destaca que mesmo com a alta da receita, puxado pelo aumento de 265% no faturamento com passagens aéreas, a empresa não conseguiu diluir seus custos operacionais, que cresceram 47%, o que levou a um Ebit (lucro antes dos juros e tributos) negativo de R$ 810 milhões, redução de 10% no ano.

Apesar disso, a Ativa destaca que as receitas, custos, Ebitda e lucro líquido vieram em linha com as expectativas, “motivo pelo qual destacamos a capacidade de gerenciamento financeiro da companhia mesmo diante de dados operacionais ainda negativos”.

Para a corretora, houve uma recuperação da demanda, além da melhora operacional apresentada em junho. A Gol prevê que a procura por viagens de negócios (anteriormente responsável por metade de sua demanda), retome maior tração a partir do primeiro trimestre de 2022.

Mesmo assim, a Ativa explica que os grandes números gerenciais seguem debilitados.

Os passageiros‐quilômetros pagos transportados (RPK) foram 64% inferior ante mesmo período de 2019, enquanto a oferta por assento-km caiu 65% e o número de passageiros transportados 64% menor frente ao mesmo período.

“A receita líquida por assento km ofertado (RASK) e a receita de passageiros líquida por assentos-km (PRASK) apresentaram números igualmente alarmantes, tendo caído 29,5% e 10,5%, respectivamente, ante o segundo trimestre de 2020”, completa.

Gol GOLL4
A Ágora aproveitou o momento e reduziu o preço-alvo da Gol em 8%, para R$ 23 diante de um cenário mais difícil (Imagem: Wikimedia Commons)

Mudança de rota

A Gol reduziu algumas projeções para o segundo semestre do ano.

No relatório de Atualização ao Investidor, a companhia aérea disse que espera encerrar a segunda metade de 2021 com R$ 4,2 bilhões em liquidez (ante estimativa anterior de R$ 4,5 bilhões), além de R$ 15,3 bilhões em dívida líquida ajustada (contra montante de R$ 14,8 bilhões projetado anteriormente).

Com a retomada das operações no segundo trimestre, além do avanço da vacinação contra a Covid-19 e os impactos positivos da alta temporada, a capacidade planejada da Gol para o segundo semestre aumentou 46% em relação a igual período de 2020.

Ambiente difícil

A Ágora aproveitou o momento e reduziu o preço-alvo da Gol em 8%, para R$ 23 diante de um cenário mais difícil.

“Em nossa opinião, a Latam está tentando se defender de uma possível aquisição pela Azul (AZUL4) com um plano agressivo de crescimento da capacidade doméstica no segundo semestre. Este cenário pode afetar as passagens aéreas apesar da perspectiva positiva de recuperação da demanda com o andamento da vacinação Covid-19 no Brasil.”, aponta.

Por outro lado, o BTG afirma que os investidores devem prestar menos atenção aos resultados do segundo trimestre, uma vez que já se esperavam números fracos.

“Apesar de alguns atrasos nas campanhas de vacinação no Brasil, esperamos uma recuperação constante do volume no final do ano, impulsionada principalmente por viagens de lazer. Vemos a Gol como uma empresa boa para a reabertura econômica, com uma avaliação mais atraente ante os pares locais”, conclui.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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