Goldman Sachs mantém preferência para essa ação com nova demanda da China

O Goldman Sachs aponta, com base em divulgações recentes de empresas, que a capacidade doméstica de celulose branqueada da China deve aumentar entre 2,1 megatoneladas (Mt) e 0,8 Mt em 2025 e 2026.
Isso reforça uma tendência que se acelerou desde 2019.
Segundo o banco, o crescimento da produção doméstica no país tem sido impulsionada por uma combinação de incentivos industriais (subsídios, baixo custo de capital) e razões econômicas (operações integradas celulose-papel possuem vantagens de custo em relação às não integradas).
“Desde 2022, com o declínio significativo do mercado imobiliário e o aumento da disponibilidade de cavacos de madeira domésticos na China (principal matéria-prima para produção de celulose), essa tendência se intensificou ainda mais”, explicam Marcio Farid, Henrique Marques e Emerson Vieira.
- Crise entre Brasil e EUA se agrava após carta de Trump e Bolsonaro como alvo em operação da PF; entenda os impactos no Giro do Mercado de hoje:
Os analistas do Goldman projetam o início de construção de 0,5 bilhão de m² em 2026-27 (contra 0,56 bilhão de m² em 2025 e 2,3 bilhões de m² no pico em 2019), o que sugere que a disponibilidade de madeira doméstica para produção de celulose deve permanecer elevada.
“Ainda existem algumas incertezas sobre o reflorestamento de determinadas áreas no longo prazo, mas não vemos mudanças no padrão atual – por exemplo, mais produção de celulose a ser anunciada, madeira permanecendo competitiva- por pelo menos os próximos 5 anos”.
A preferência por Suzano e a tendência para celulose
Esses fatores, atrelados a um mercado de papel super ofertado, fazem o Goldman Sachs acreditar que o potencial de alta dos preços da celulose será limitado.
O banco agora vê a celulose de fibra curta a US$ 600/t, mais próxima de um nível de pico de ciclo do que de um nível de meio ciclo.
Recentemente, o Goldman reduziu a projeção de longo prazo para US$ 580/t, mas elevou Suzano (SUZB3) para compra (preço-alvo R$ 65 e potencial de alta de 28,7%).
“Vemos uma recuperação cíclica eventual e preços de longo prazo favoráveis como positivos para o papel (com SUZB negociando a um yield de FCF de 14% sobre lucros normalizados no câmbio atual)”, conclui.
Vale lembrar, que após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar tarifas de 50% ao Brasil, o Goldman reforçou que a ação da Suzano é a mais impactada, por ter 19% das suas vendas líquidas no país.