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Goldman Sachs recomenda venda de Santander (SANB11) e compra de Bradesco (BBDC4): O que explica? 

14 out 2025, 18:12 - atualizado em 14 out 2025, 18:12
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No feriado Proclamação da República, os horários de funcionamento de bancos, correios e shoppings em SP serão reduzidos ou paralisados (Imagem: Money Times)

O Goldman Sachs atualizou suas preferências para o setor de bancos, mudando a recomendação do Santander (SANB11) de neutra para venda e do Bradesco (BBDC4) de venda para neutra. 

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Para Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3), não houve alterações de recomendação — para o primeiro, os analistas continuam a recomendar compra e para o segundo a posição segue neutra. 

Para o Santander, além da recomendação de venda, o preço-alvo caiu de R$ 28 para 26.

Em grande parte, a explicação se dá pelo fato de o time de analistas, liderado por Tito Labarta, enxergar o banco trazendo resultados mais fracos do que seus pares no terceiro trimestre de 2025 (3T25).

“Vemos maiores ventos contrários para os lucros, dado o crescimento mais lento de empréstimos e o custo de risco ainda elevado. Por isso, enxergamos maiores riscos de baixa nas expectativas de consenso para o Santander Brasil, o que justifica nossa recomendação de venda”, dizem. 

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O banco enxerga o lucro do Santander Brasil ficando em R$ 3,7 bilhões, 5% abaixo do consenso da Bloomberg, e o ROE, em 15,8%.

Além disso, há também certo ceticismo para a performance do banco neste ano e no próximo. “Esperamos expansão de 4% da carteira em 2025 e 6% em 2026, enquanto os pares privados devem crescer 8% em ambos os anos”, falam. “Já o retorno sobre o patrimônio líquido atingiu o auge em 17% no 1T25 e deve ficar estável ou levemente menor, retornando a 17% apenas no 4T27”.

Enquanto Santander deve trazer deterioração, para o Bradesco “pior já passou”

Para o Bradesco, do outro lado, a visão é que o pior já passou. A mudança para a recomendação neutra se dá, na avaliação do Goldman Sachs, principalmente pela recuperação gradual da rentabilidade — que vem sendo mais rápida do que o esperado.

Para o lucro líquido do banco no 3T25, os analistas projetam R$ 6,3 bilhões. Para o ROE, a projeção é de 14,8%.

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“O ROE vem melhorando de forma consistente, passando de 9,6% em 2023 para uma projeção de 14,6% em 2025”, diz o time. “O Bradesco tem priorizado empréstimos com garantias, especialmente para PMEs, concentrando originação em linhas com garantia governamental como Pronampe e FGO/PEAC-FGI”.

Enquanto o Santander, com visão de piora, é negociado a 6,4x o lucro estimado de 2026, o Bradesco, que melhora, tem um múltiplo de 6,2x.

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Banco do Brasil pressionado por agro e Itaú como destaque

Para o Banco do Brasil, a recomendação não mudou, mas o preço-alvo saiu de R$ 25 para R$ 23.

“Prevemos que o Banco do Brasil continue enfrentando provisões elevadas no trimestre, dadas as concentrações de parcelas de crédito rural”, explicam. “A recuperação de rentabilidade deve ocorrer apenas no fim de 2025, à medida que as provisões relacionadas ao crédito rural recuem”.

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O lucro líquido recorrente deve atingir R$ 3,8 bilhões, com leve alta de 1% na comparação trimestral, mas queda de 60% em relação ao ano anterior. O ROE deve ser o pior entre os pares, de 8,5%. 

No entanto, o banco estatal já é negociado a múltiplo menor, de 4,7x, o que justifica a manutenção.

Já para o Itaú, principal aposta do Goldman Sachs entre as instituições financeiras brasileiras, as projeções seguem sendo positivas. O ROE para o final do ano deve ficar em 8,5%, ante 8,4% atualmente. 

O time de analistas enxerga que o banco continuará registrando os maiores retornos sobre o patrimônio do setor, em torno de 23%, apoiado “por margens sólidas, eficiência operacional e controle disciplinado de custos e provisões”. 

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O relatório aponta ainda que o Itaú segue apresentando estrutura de capital mais robusta (CET1 de 13,3%) e níveis saudáveis de inadimplência. Para o 3T25, o Goldman Sachs enxerga um lucro líquido de R$ 11,9 bilhões e um ROE de 23,3%.

“O Itaú deve continuar a apresentar o maior retorno sobre o patrimônio (ROE) entre os grandes bancos, sustentando uma vantagem competitiva clara frente aos pares”, dizem os analistas.

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Jornalista formado pela Unesp, tem passagens pelo InfoMoney, CNN Brasil e Veja.
vitor.azevedo@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Unesp, tem passagens pelo InfoMoney, CNN Brasil e Veja.