Política

Governo de SP vê momento “pertinente” para estudar venda da Emae, diz Meirelles

05 out 2020, 19:35 - atualizado em 05 out 2020, 19:35

 

A Emae é a última estatal paulista no setor de energia depois da venda pelo Estado de ações na Cesp (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O governo de São Paulo avalia que o momento é favorável para o início de avaliações sobre a possibilidade de privatização de sua estatal de energia Emae, mas não há qualquer definição sobre o futuro da elétrica no momento, disse à Reuters nesta segunda-feira o secretário estadual da Fazenda, Henrique Meirelles.

As afirmações vêm após a empresa de geração de eletricidade ter informado na semana passada que o Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização recomendou ao governador João Doria (PSDB-SP) a contratação de estudos sobre a venda das ações do governo paulista na companhia.

“Evidentemente que, com a privatização do setor elétrico de São Paulo, há vários anos, restou a Emae. Então é altamente pertinente se fazer um estudo sobre isso, estamos totalmente alinhados com isso, mas não há uma decisão”, disse Meirelles.

A Emae é a última estatal paulista no setor de energia depois da venda pelo Estado de ações na Cesp no final de 2018. A companhia foi arrematada na época por uma associação entre a Votorantim Energia e a gestora de fundos de pensão canadense CPPIB por mais de 3 bilhões de reais.

Meirelles disse acreditar que os levantamentos sobre a Emae podem começar ainda neste ano, mas não quis projetar um prazo para a conclusão desses trabalhos e para uma decisão sobre a venda ou não da companhia.

“Vamos fazer um processo técnico, com a contratação, escolha, de uma consultoria. E essa consultoria vai fazer todas análises e vai dar opções disponíveis, com vantagens e desvantagens”, acrescentou o secretário.

A Emae opera ativos hidrelétricos no Estado de Sâo Paulo, incluindo a hidrelétricas Henry Borden, na serra do Mar, e a pequena usina (PCH) Pirapora, em Pirapora do Bom Jesus, além de possuir uma termelétrica arrendada à Petrobras.

Os ativos operacionais da companhia somavam cerca de 960 megawatts em capacidade ao final de 2019, quando a Emae teve receita operacional líquida de 439 milhões de reais e lucro líquido de 92,6 milhões de reais.

A Fazenda do Estado de São Paulo possui 39% da ações da Emae, com 97,6% das ações ordinárias, com direito a voto. A estatal Eletrobras possui 39% do capital da empresa, com 64,8% dos papéis preferenciais.

As ações da Emae acumulam salto de 20% desde o comunicado sobre a possível desestatização e fecharam com ganhos de 1,65%, a 40,77 reais por papel, nesta segunda-feira.

Questionado, o secretário da Fazenda paulista não quis dar estimativas sobre quanto poderia ser arrecadado com uma eventual venda das ações do Estado da Emae.

O presidente da Eletrobras (ELET3), Wilson Ferreira Jr., disse na sexta-feira, em conversa com jornalistas nos bastidores do evento online Enase, avaliar que Estados também devem ser forçados a privatizar ativos para lidar com seus orçamentos diante de impactos da pandemia de coronavírus e da recessão.

Na ocasião, ele sinalizou que a estatal poderia aproveitar o momento para também negociar sua fatia na empresa, ao destacar que a Eletrobras tem buscado vender diversas participações minoritárias para gerar recursos e simplificar sua estrutura.

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