Inflação

Governo deveria parabenizar Banco Central pela inflação baixa, diz economista

07 jun 2023, 11:12 - atualizado em 07 jun 2023, 11:12
BC, Banco Central, PIB
O Banco Central iniciou o seu aperto monetário em março de 2021 e entrou em período de manutenção da taxa básica de juros em agosto do ano passado. (Imagem: Agência Brasil)

Em maio, a inflação brasileiras desacelerou. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,23%, ante a alta de 0,61% registrada em abril. O resultado veio bem abaixo da mediana projetada pelo mercado, de 0,33%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Com isso, o indicador acumulada alta em 12 meses de +3,94%, de +4,18% no mês anterior. O resultado também ficou abaixo da mediana projetada, de +4,03%.

Para o economista André Perfeito, está na hora de o governo e o Banco Central fazerem as pazes para dar início ao ciclo de cortes na Selic.

“O governo tem que ter a sabedoria de ‘dar os parabéns’ ao Banco Central por essa queda da inflação mesmo que saibamos que não foi só a política monetária que está jogando os preços para patamares mais civilizados. A hora é de refazer pontes especialmente porque as notícias são boas e um clima melhor entre as instituições pode ajudar no processo de acomodação das taxas de juros”, afirma.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ele ainda destaca que a leitura da inflação, junto com alta expressiva do setor agropecuário no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, pode ajudar a atenuar algumas medidas de núcleo que tem tirado o sono da autoridade monetária.

Vale lembrar que o Banco Central iniciou o seu aperto monetário em março de 2021 e entrou em período de manutenção da taxa básica de juros em agosto do ano passado. Desde então, a Selic está no patamar de 13,75%, apesar das pressões do governo para uma queda.

Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar taxa de juros. “Não há nenhuma explicação histórica para a gente ter os juros mais altos do mundo, a 13,75%, quando, na verdade, a inflação está, durante 12 meses, apenas em 4,7%. Para que esses juros tão altos?”, disse durante visita às instalações de uma fábrica de automóveis de Goiana (PE).

Deflação à vista

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, destaca que houve surpresas positivas concentradas em alimentos e administrados, com gasolina e produtos farmacêuticos. Com isso, a próxima leitura da inflação pode apontar para um resultado negativo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Nossa projeção para o IPCA de junho que já se encontrava em 0,00% deverá entrar em deflação, o que encomendará um vale ainda mais baixo do índice em doze meses no mês, alimentando o discurso em prol da queda de juros”, afirma.

As apostas de que a Selic vai cair nos próximos meses também estão cada vez mais fortes. Rafael Sueishi, head de renda fixa da Manchester Investimentos, aponta que a surpresa positiva, em relação ao qualitativo dos números de inflação, intensifica ainda mais a discussão sobre um ciclo de corte de juros.

“A gente já vem a bastante tempo nesse patamar de 13,75%. Porém, estamos vendo mês após mês uma melhora qualitativa nos números de inflação e isso abre margem para que o processo de queda da taxa básica de juros venha nos próximos meses”, diz.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Coordenadora de redação
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
Linkedin
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
Linkedin
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual – toda semana, com curadoria do Money Picks

OBS: Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar