Governo do Japão alerta que tomará medidas “apropriadas” contra movimentos excessivos do câmbio
As autoridades japonesas disseram na segunda-feira (22) que tomariam medidas “apropriadas” contra movimentos excessivos da taxa de câmbio, em comentários que aumentam a possibilidade de intervenção após a reunião do banco central da semana passada, que provocou nova desvalorização do iene.
“Os movimentos recentes no mercado cambial foram unilaterais e bruscos, e isso me preocupa”, disse Atsushi Mimura, principal diplomata cambial do Japão, a repórteres. “Tomaremos medidas apropriadas contra movimentos excessivos”.
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O secretário-chefe do Gabinete, Minoru Kihara, também alertou sobre a contínua fraqueza do iene e afirmou ser importante que “as moedas se movam de forma estável, refletindo os fundamentos”.
“O governo tomará medidas apropriadas contra movimentos excessivos, inclusive os de caráter especulativo”, disse ele em entrevista coletiva.
Essas declarações vieram após comentários feitos na sexta-feira à noite pela ministra das Finanças, Satsuki Katayama, de que Tóquio responderia de forma adequada a movimentos excessivos e especulativos do iene, ressaltando a preocupação do governo com quedas acentuadas da moeda, que elevam os preços de importação e o custo de vida das famílias.
O Banco do Japão (BOJ) elevou a taxa de juros de 0,5% para 0,75% na sexta-feira, levando o custo do crédito a níveis não vistos em três décadas e reduzindo o diferencial de juros em relação ao Federal Reserve dos Estados Unidos.
Ainda assim, o dólar chegou a subir para 157,67 ienes na sexta-feira, seu nível mais alto em quatro semanas, à medida que os mercados se concentraram mais nos comentários do presidente do BOJ, Kazuo Ueda, em entrevista coletiva, que ofereceram poucas pistas sobre o ritmo e o momento do próximo aumento de juros.
Kihara também observou que o governo irá “monitorar de perto o impacto das taxas de juros mais altas, em cooperação com o Banco do Japão”.
Os títulos do governo japonês (JGBs) voltaram a se enfraquecer nesta segunda-feira, após o aumento da taxa de juros pelo banco central na semana passada.
O rendimento do JGB de dois anos, o mais sensível à política monetária, subiu para um recorde histórico, enquanto o rendimento do título de 10 anos atingiu o maior nível em 26 anos.