Combustíveis

Governo pode reduzir preço da gasolina sem Petrobras (PETR4); saiba como

08 maio 2023, 16:46 - atualizado em 09 maio 2023, 14:43
Gasolina
Governo estuda elevar a proporção de álcool na gasolina de 27% para 30%. (Imagem: Pixabay/Engin_Akyurt)

A relação entre o governo Lula e a Petrobras (PETR3PETR4) não está sendo das melhores. Entre os principais pontos de tensão, o destaque vai para a política de preço da companhia, sendo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca uma forma que controlar o preço dos combustíveis.

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No entanto, uma medida do governo pode ajudar a reduzir o preço da gasolina sem precisar esperar a Petrobras ajustar os preços em suas distribuidoras. No final de abril, o Ministério de Minas e Energia anunciou que estuda aumentar a mistura do etanol na gasolina.

Atualmente, a gasolina vendida nos posto contém 27% de etanol; a intenção é elevar essa proporção para 30%. Além de aumentar a octanagem do combustível e reduzir a emissão de poluentes, o aumento do álcool pode ajudar a baratear a gasolina.

“Vamos trabalhar para aumentar o teor de etanol na gasolina para 30%. Isso deverá acontecer, de maneira gradual, com previsibilidade e transparência. Vamos fazer, junto com a indústria automotiva e o setor produtivo de etanol, essa avaliação técnica para dar segurança aos consumidores”, disse o ministro Alexandre Silveira.

Pedro Rodrigues, diretor e sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), destaca que essa mudança pode interferir no preço da gasolina e reduzir a importação do combustível, mas existem alguns pontos que precisam ser avaliados antes.

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O primeiro é confirmar com a indústria automotiva se os motores dos carros são compatíveis com uma proporção maior de etanol.

“Segundo é que o etanol, sendo um derivado da cana-de-açúcar, está sujeito a sazonalidade como toda commodity agrícola. Sendo assim, não se pode fixar a mistura em 30%. Em função da safra, você pode ser obrigado a reduzir essa mistura para 29%, 28%, 27%. Ao dar essa flexibilidade, isso pode evitar uma alta no preço da gasolina”, afirma Pedro.

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Cortes nos combustíveis à frente?

Nos últimos meses, o mercado de petróleo vem registrando uma queda nos preços em função da recuperação da China não ter vindo como o mercado esperava e pela redução na atividade econômica americana ocasionada pela alta na taxa de juros do Federal Reserve.

“Apesar do último corte de produção da Opep+, que tem início nesse mês de maio, no primeiro momento o preço do barril voltou a ultrapassar os US$ 80. Porém, nas últimas semanas começou a apresentar um recuo”, diz o diretor do CBIE.

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Com isso, futuros cortes dos preços nos postos de combustíveis não são descartados. “Hoje temos um prêmio tanto na gasolina quanto no diesel, o que significa que a Petrobras pode nas próximas semanas continuar a política de redução de preço da gasolina e principalmente do diesel, já que este possui o maior prêmio”, destaca.

Segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) desta segunda-feira (8), o preço da gasolina brasileira está 16% acima do mercado internacional. Já o diesel está em 9%. Seria possível um corte de até R$ 0,43 e R$ 0,27 no litro, respectivamente.

Álcool ou gasolina?

O etanol foi o único combustível que registrou alta nos preços na última semana. Dados na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o litro do combustível passou de R$ 3,98 para R$ 4,10.

Confira os preços dos combustíveis

Combustível 16/04 a 22/04 23/04 a 29/04
Etanol Hidratado R$ 3,98 R$ 4,10
Gasolina Aditivada R$ 5,68 R$ 5,67
Gasolina Comum R$ 5,51 R$ 5,51
GLP R$ 107,56 R$ 107,54
GNV R$ 4,50 R$ 4,49
Oleo Diesel R$ 5,73 R$ 5,71
Oleo Diesel S10 R$ 5,79 R$ 5,77

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Coordenadora de redação
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.