Tarifaço: Governo regulamenta crédito para apoio a afetados e anuncia verba adcional

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou nesta sexta-feira (22) que o banco de fomento vai direcionar R$ 10 bilhões complementares em financiamentos para empresas afetadas pela “tarifaço” dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O valor se soma aos R$30 bilhões em crédito já anunciados anteriormente.
Segundo ele, o plano terá como prioridade oferecer crédito incentivado para empresas que tenham registrado impacto de no mínimo 5% do faturamento proveniente de exportações de produtos tarifados pelos EUA.
Em coletiva de imprensa sobre o plano, Mercadante disse ainda que o BNDES coordenará a implementação das operações de crédito em apoio aos setores e estimou um total de R$22,5 bilhões em garantias para micro, pequenas e médias empresas.
O presidente do BNDES destacou que, sem incentivo estatal, muitas companhias não resistiriam às novas condições impostas pela tarifa americana, frisando que “se o Estado brasileiro não der incentivo, essas empresas quebram”. Ele acrescentou que a linha de financiamento terá juros abaixo da taxa Selic e que, além do subsídio implícito, o objetivo é evitar que o prejuízo se torne ainda maior.
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Mercadante também ressaltou que a prioridade do banco é atender, por meio do crédito complementar, todas as empresas que sofreram impacto significativo com o tarifaço, mas que aquelas com perdas superiores a 5% do faturamento terão atenção especial. Segundo ele, cerca de dois terços do impacto tarifário se concentram nessas companhias.
Ainda durante a coletiva, o presidente do BNDES comparou o choque atual ao de crises recentes, afirmando que “o impacto econômico da tarifa guarda similaridade com a pandemia de Covid-19 e as enchentes”. Para ele, assim como em momentos anteriores, a resposta estatal é crucial para preservar a atividade econômica e o emprego.
Por fim, Mercadante afirmou que a iniciativa busca fortalecer a exportação brasileira e abrir novos mercados, garantindo soberania econômica. “Vamos garantir a soberania e o Estado de Direito no Brasil, que não vai se curvar”, disse.
*Com informações da Reuters