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GPA (PCAR3) despenca após saída de diretor e mercado teme “mudança de rota”

13 ago 2025, 16:35 - atualizado em 13 ago 2025, 17:51
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(Imagem: Renan Dantas/Money Times)

As ações do GPA (PCAR3), grupo responsável pelas bandeiras Pão de Açúcar e Extra, caem forte na tarde desta quarta-feira (13), repercutindo a notícia de que o diretor de negócios da companhia, Fréderic Garcia, renunciou ao cargo.

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GPA encerrou o pregão com recuo de 10,56%, com o papel negociado a R$ 2,71.

Fréderic era o principal responsável pela implementação do modelo de proximidade, maior aposta do Grupo Pão de Açúcar nos últimos anos.

O modelo se trata do formato de lojas de conveniência, focado em oferecer produtos e serviços em áreas residenciais, com fácil acesso para os consumidores (mas tickets maiores). As principais bandeiras desse formato são Minuto Pão de Açúcar e Mini Mercado Extra.

No fim do segundo trimestre de 2025, o GPA, contando as bandeiras Mini Extra e Mini Pão de Açúcar, tinha 375 unidades no modelo, sendo que cerca de 250 delas foram abertas nos últimos dois anos.

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Uma fonte familiarizada com o assunto afirmou que há um “desconforto” instalado no board e nos comitês do GPA. “O GPA não mostra uma liderança coesa em busca de um rumo certo, mas sim lideranças dissonantes e que mostram insegurança”, fala.

Além da saída de Fréderic, outro assunto no radar é também a saída de dois conselheiros independentes, no dia cinco de agosto.

O GPA vem passando por mudanças no que tange seus maiores acionistas. Em julho, a família Coelho Diniz, ligada a uma rede de supermercados em Minas Gerais, chegou a mais de 17% de participação no capital do grupo.

Com um modelo de negócio diferente em Minas Gerais, de supermercados maiores, há o temor de que o GPA volte a ter uma guinada em seu caminho.

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“O modelo de proximidade era a principal aposta do GPA para ganhar relevância e melhorar a rentabilidade no curto. A saída d0 executivo acabou acendendo um alerta sobre a execução da estratégia, além de fortalecer a visão de que poder atrasar a implementação do modelo”, diz Caroline Sanchez analista da Levante.

Além da questão corporativo, o mercado também repercute os dados do varejo divulgados hoje mais cedo. O setor recuou 0,1% em junho, frustrando expectativas e com sua terceira queda consecutiva.

“O mercado, que já vinha cauteloso com o papel, interpretou a combinação como um aumento do risco. No varejo alimentar execução e consistência estratégica são determinantes, já que a concorrência é muito intensa”, acrescentou Sanchez.

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vitor.azevedo@moneytimes.com.br