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Ações do GPA (PCAR3) sobem até 14%: Para fontes, mudança no conselho traz expectativa de melhora na administração

25 ago 2025, 15:43 - atualizado em 25 ago 2025, 17:32
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(Imagem: Renan Dantas/Money Times)

A novela do GPA (PCAR3) ganhou novos capítulos nos últimos dias. A Família Coelho Diniz, dona de uma rede de supermercados em Minas Gerais, voltou a aumentar sua participação na empresa e solicitou uma assembleia para votar a destituição do atual conselho. 

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As ações do GPA chegaram a disparar mais de 14% nesta segunda-feira (25), negociadas a R$ 3,70. PCAR3 terminou a sessão com alta de 8,98%, a R$ 3,52.

A visão de parte do mercado é que a movimentação pode ser positiva, principalmente no que tange a redução de custos.

A família mineira possui agora cerca de 24,6% do total das ações ordinárias do GPA, grupo dono da marca Pão de Açúcar e Extra. Em meados de julho, a posição deles era de cerca de 17,7%.

Com a movimentação, eles passam, então, o grupo francês Casino, ex-controlador da empresa e que tem 22,5% das ações.

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Segundo o fato relevante que pede a assembleia, publicado no último sábado (23), a dissolução do board busca equilibrar a representatividade dos acionistas dentro do GPA. Ela teria sido, inclusive, bem recebida pela administração da companhia. Mas há quem afirme que há disputas em andamento. 

Família Coelho Diniz

Em nota à imprensa, a família Coelho Diniz destacou sua tradição no varejo mineiro. O grupo é controlador da rede de supermercados que leva o nome da família, fundada há 33 anos, com 22 lojas espalhadas por sete cidades de Minas Gerais, além de um centro de distribuição localizado em Governador Valadares.

Representada por André Coelho Diniz — que já integra o conselho de administração do GPA —, a família informou que iniciou sua entrada no capital da dona do Pão de Açúcar em fevereiro deste ano, com a compra de aproximadamente 5% das ações.

Desde então, eles ampliaram gradualmente a participação por meio de novas aquisições, até alcançar o percentual atual.

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O grupo afirma que pretende manter um diálogo construtivo com os demais acionistas e com os futuros integrantes do novo conselho de administração do GPA.

Segundo a nota, o perfil da família é o de conduzir os negócios com austeridade, manter níveis adequados de alavancagem e perseguir crescimento consistente, com estabilidade e excelência em gestão.

Disputas no GPA ligadas a gastos

E os gastos do GPA, nos últimos meses, estiveram no centro de algumas disputas internas. No começo de julho, um embate sobre a remuneração de conselheiros virou notícia.

De um lado, pedindo remuneração menor ao board, estavam membros ligados à família Coelho Diniz e ao investidor Rafael Ferri. Do outro, Ronaldo Iabrudi e membros ligados ao Casino. 

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Enquanto os entrantes chegaram a pedir para o GPA zerar a remuneração de conselheiros, estabelecendo, no lugar disso, um programa de pagamento em ações alinhado com a recuperação do GPA, a administração propôs reduzir 20% dos salários, com exceção do VP do conselho, Christophe Hidalgo.

O embate virou uma reclamação formal à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Entre as acusações do grupo ligado aos Coelho Diniz, a discordância sobre a remuneração diferenciada e a possibilidade de votos casados.

“Casino e Ronaldo vão conseguir três cadeiras. Já a turma capitaneada pelo André Coelho Diniz deve conseguir de cinco a seis cadeiras. E uma das prioridades será, com certeza, a redução de custo e de capex”, comentou uma fonte com conhecimento no assunto.

“O Casino deixou um legado de despesas altíssimas e de mordomias para conselheiros e executivos. Um legado destrutivo. O CEO do GPA anda com três seguranças pagos pela companhia. Há executivos em empresas muito maiores que não têm esses benefícios”, completou. 

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Para a fonte, a visão é de que a nova mesa será capaz de mudar a direção do GPA.

“Se houver uma mudança de rota, será uma festa. São 17 trimestres consecutivos de prejuízos”, falou outra fonte, ligada ao conselho. 

Modelo de negócio

Os dois participantes, além disso, trataram de afastar o temor do mercado de que o novo board irá alterar o modelo de negócio do GPA. 

Há cerca de duas semanas, em meio às disputas, as ações do GPA reagiram mal à notícia de que o diretor de negócios Fréderic Garcia havia renunciado. Ele era o principal responsável pela implementação do modelo de proximidade, maior aposta da companhia nos últimos anos.

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“Não há nada nessa frente sendo discutido”, comentou uma das fontes. “A estratégia continuará, provavelmente, sendo no modelo de proximidade e talvez englobando mais o modelo de e-commerce, transformando as lojas em redutos de last-mile (centros de distribuição)”, completou a outra. 

Para uma analista do setor, a mudança pode abrir espaço para que os representantes “busquem os resultados que a empresa pode entregar”, fora uma redução da alavancagem. 

O GPA interrompeu, recentemente, a abertura de novas unidades. No entanto, a dívida líquida da companhia está em cerca de R$ 2,6 bilhões, configurando um múltiplo alavancagem, medida pela relação deste número com o Ebitda, de 3 vezes.

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vitor.azevedo@moneytimes.com.br
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