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GPA (PCAR3) reduz prejuízo em 74% no 1T25 e Ebitda avança 9,9%; ‘Um dos melhores resultados do varejo alimentar brasileiro’, diz CEO

05 maio 2025, 19:59 - atualizado em 05 maio 2025, 19:59
GPA Marcelo Pimentel
O Grupo Pão de Açúcar divulgou seu balanço referente ao primeiro trimestre de 2025 (Imagem: Divulgação)

O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), ou apenas GPA, reportou um prejuízo líquido consolidado de R$ 169 milhões no primeiro trimestre de 2025 (1T25), 74,4% menor do que o prejuízo reportado no mesmo período em 2024, mostra relatório de resultados divulgado nesta segunda-feira (5).

A cifra considera resultados das operações continuadas e descontinuadas em 2021 e 2024. Consenso reunido pela Bloomberg apontava para um prejuízo líquido de R$ 189 milhões no período de janeiro a março deste ano.

O balanço o 1T25 mostrou que o Ebitda (lucros antes dos juros, tributos, depreciação e amortização) ajustado, que mede o desempenho operacional, totalizou R$ 409 milhões, um avanço de 9,9% na comparação anual.

A margem Ebitda ajustada foi de 8,6%, melhora de 0,5 ponto percentual ante o mesmo período em 2024.

Já a receita líquida somou R$ 4,7 bilhões, um avanço de 3,9% em comparação com o primeiro trimestre de 2024.

Em entrevista ao Money Times, o CEO Marcelo Pimentel destacou que, mais do que um avanço na redução do prejuízo, o balanço mostra a evolução da companhia após o processo de turnaround (processo estratégico de reestruturação) realizado entre 2022 e 2024.

Entre os números reportados, o executivo destaca o ganho de market share (participação de mercado) no formato Proximidade, que conta com as bandeiras Minuto Pão de Açúcar e Mini Mercado Extra. Segundo o balanço, este formato atingiu 63% de participação em São Paulo.

Pimentel ressalta ainda o crescimento de vendas no online, avanço no Ebitda, consolidação da penetração nos clientes premium e a abertura de mais de 10 lojas do conceito Proximidade.

Segundo ele, mesmo no atual ambiente macroeconômico desafiador, com o alto patamar da taxa básica de juros (Selic), a companhia está ancorada na recuperação da marca Pão de Açúcar, busca pelo cliente premium e na expansão do canal digital e no Proximidade.

“Essa combinação tem garantido a assertividade da estratégia da companhia. Arrisco dizer que o primeiro trimestre do Pão de Açúcar provavelmente vai ser um dos melhores — se não o melhor — resultado do varejo alimentar brasileiro”.

Outros números do balanço

No primeiro trimestre deste ano, as vendas totais do GPA alcançaram R$ 5,1 bilhões, com crescimento de 4,6%. O desempenho do trimestre foi impactado por efeitos sazonais adversos na comparação anual, em função do deslocamento do feriado de Páscoa para o segundo trimestre do ano e um dia a menos no mês de fevereiro.

O balanço aponta que, ajustadas as vendas para o conceito de mesmas lojas (SSS), excluindo o impacto de calendário, houve um aumento de 7,3%.

No trimestre, o e-commerce registrou um desempenho expressivo, com vendas totais de R$ 587,9 milhões, o que representa um crescimento de 16,9% em relação ao mesmo período de 2024.

A margem bruta da companhia atingiu 27,6%, um avanço de 0,4 ponto percentual em comparação anual, impulsionada por melhorias em todas as bandeiras.

Foco na redução da dívida e geração de caixa

O CEO do GPA reforçou o compromisso da varejista em perseguir a redução da sua alavancagem.

A alavancagem é medida pela relação dívida líquida sobre o Ebitda. Quanto mais elevado o número, maior é o risco financeiro. O relatório do 1T25 mostra que o GPA está com o indicador em 2,8 vezes.

Pimentel recorda que, em 2022, a alavancagem do GPA chegou a 10 vezes. A prioridade da companhia, segundo o executivo, é dar continuidade a essa redução, ao mesmo tempo em que promove melhoria operacional, visando também geração de caixa.

Apesar de reconhecer o cenário desafiador criado pelos juros, Pimentel afirma que o atual patamar, na casa dos 14%, está dentro do que a varejista se preparou para lidar neste ano.

“A gente se preparou para uma Selic nos patamares que estão ocorrendo. O GPA se planejou desde o início do ano para viver esse ano desafiador”, disse.

Segundo ele, a companhia seguirá com sua estratégia focada no cliente premium, que auxilia neste cenário, uma vez que conta com poder de aquisição maior e mais resiliente e prioriza a qualidade do serviço.

“Nós acreditamos que, nesse momento, o varejo alimentar é um pouco mais resiliente. A nossa estratégia de oferecer as melhores marcas e as melhores produções, além de fortalecer a nossa marca própria com um ótimo custo-benefício e qualidade, se torna muito importante”.

Veja o balanço do GPA na íntegra

 

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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